Vermelho
Milhares de manifestantes, vestindo camiseta e boné vermelhos, carregando cartazes e gritando palavras de ordem, marcharam pelas ruas de Brasília, no percurso que liga o Ginásio Nilson Nelson, onde acontece o 6º Congresso Nacional do MST, até a Praça dos Três Poderes, onde protestaram contra o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, a quem acusam de impedir o avanço da reforma agrária.
No caminho para a Praça dos Três Poderes, os manifestantes passaram em frente à Embaixada dos Estados Unidos, gritando palavras de ordem contra a política belicista e imperialista do país.
Em todos os locais, os manifestantes encontraram as postas fechadas e centenas de seguranças guardando as entradas. “Nós não queremos invadir nenhum prédio”, explicou o dirigente nacional do MST, Manuel Messias Bezerra, dizendo que o objetivo é protestar em frente aos três poderes porque no Supremo Tribunal Federal (STF) tem processos engavetados, no governo federal há prioridade para o agronegócio e no Congresso Nacional, a maioria, principalmente a bancada ruralista, emperra a aprovação de leis que garantam o assentamento dos sem-terra no Brasil .
No final da marcha, que se prolongava por toda avenida muito tempo depois que grande número de manifestantes já se acomodava na praça, vinham os jovens. Animados, eles gritavam: “É por amor a essa pátria Brasil que a gente segue fileira”.
Os manifestantes se dividiram em três grandes grupos, próximo aos prédios dos três poderes, onde permaneceram por mais de uma hora, gritando palavras de ordem, onde denunciavam a atual estagnação da Reforma Agrária no Brasil.
Durante todo o governo Dilma, apenas 176 desapropriações de terra foram realizadas, desempenho que só perde para os três anos do período Collor, quando 28 áreas foram desapropriadas. O MST diz que o volume de acampados reafirma a necessidade de acelerar a reforma agrária no Brasil: mais de 150 mil famílias vivem atualmente em acampamentos, das quais 90 mil integram o Movimento.