Durante toda a manhã desta terça-feira, 15, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CSM)…
Durante toda a manhã desta terça-feira, 15, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CSM) prestou solidariedade aos 450 integrantes do MST que ocupam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre, desde o dia 08. No final da manhã foi realizado um ato de apoio.
Com músicas e palavras de ordem, o integrante da coordenação estadual do MST, Cedenir de Oliveira iniciou a manifestação agradecendo o apoio dos movimentos sociais. "A nossa luta é um conjunto de ações que fomos realizando ao longo dos nossos 25 anos e sempre contamos com o apoio de vocês", disse. Ele também lembrou a morte de Elton Brum e necessidade da retomada das negociações para a desapropriação das Fazendas Antoniazzi, em São Gabriel, onde podem ser assentadas cerca de 400 famílias sem terra.
O deputado estadual Dionilso Marcon (PT) falou sobre a política do governo estadual de criminalizar os movimentos sociais. "A nossa luta é assim mesmo, difícil. Mas não está escrito em lugar nenhum que trabalhador tem que apanhar para conseguir terra", declarou. Segundo o parlamentar, a unidade da classe trabalhadora é fundamental para garantir a Reforma Agrária.
Para o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, a Reforma Agrária é sinônimo de produção de alimentos e de dignidade humana. "Para um país ser soberano, é necessário que o povo tenha terra", defendeu. Woyciechowski também criticou as atitudes repressoras do governo Yeda que oprime os movimentos sociais, mata trabalhadores e fecha as escolas itinerantes do MST. "Se o dinheiro que vai para o ralo da corrupção viesse para as políticas públicas, habitação, reforma agrária teríamos milhares de famílias com condições dignas de vida", disse.
O tesoureiro da CUT-RS e representante do sindicato dos Metalúrgicos, Loricardo Oliveira, declarou que enquanto não houver uma distribuição de terra, o país não avança na democracia. Já o diretor da Fetraf-Sul, Vilson Alba, manifestou o apoio dos agricultores familiares à luta do MST. "Sempre que conquistamos alguma coisa, foi através de muita luta", declarou.
Para o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS e presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ministério Público Estadual (SIMPE), Alberto Ledur, a solidariedade com os integrantes do MST se faz necessária devido ao governo do RS, que criminaliza os movimentos sociais. E o diretor do Cpers/ Sindicato, Antônio Branco, acredita que a Reforma Agrária é tão importante para o Brasil, quanto a educação.
A vereadora de Porto Alegre, Fernanda Melchiona (PSOL), representantes da Conlutas, da Intersindical, do movimento estudantil, do gabinete do deputado Adão Villaverde, do Sindserf e do Semapi também manifestaram seu apoio ao MST.
Desocupação do Incra
No enceramento do ato, o integrante do MST, Sílvio, agradeceu o apoio dos movimentos sociais. "Sabemos que essa luta é árdua e difícil, só luta pela causa quem necessita. Mas a nossa força aumenta a cada mobilização", declarou.
Sílvio fez o anúncio da desocupação da Fazenda Antoniazzi, onde 350 famílias estavam acampadas e do prédio do Incra, na capital. A saída dos integrantes do MST será realizada hoje à tarde.