A defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito e os desafios da classe trabalhadora em tempos de golpe foi o tema da conferência que deu início nesta terça-feira (9) à Jornada de Lutas em Defesa da Democracia, que reúne milhares de trabalhadores e militantes sociais em Curitiba, onde o ex-presidente Lula será ouvido nesta quarta-feira, 10, pelo juiz Sérgio Moro, durante depoimento à Lava Jato.
Milhares de militantes já estão na capital paranaense vindos de várias parte do país. Segundo a Frente Brasil Popular, que organiza a Jornada, caravanas com 36 ônibus chegaram ao longo do dia ao Acampamento montado no bairro de Vila Capanema. Pelo menos mais 100 ônibus estão sendo esperados para a madrugada.
João Pedro Stédile, que integra a coordenação naciona do MST e foi um dos palestrantes da conferência, afirmou que Moro não tem boas relações com a democracia e criticou o juiz por ter proibido a transmissão ao vivo do depoimento de Lula. “Esse juiz não é afeito à democracia. Amanhã ocorrerá uma audiência pública e nós temos o direito de acompanhar ao vivo o que está acontecendo. Nós queremos acompanhar no telão o depoimento do presidente Lula”, afirmou.
Marcelo Lavenere, representante dos Advogados pela Democracia, destacou que o processo que envolve Lula não tem sequer provas contundentes. “As pedras do caminhos sabem que o Lula é perseguido pelo juiz Sérgio Moro. Não se trata de um processo ou de uma investigação sérios, é uma pendência pessoal do Moro com o Lula. Pior é que mesmo depois de anos de perseguição, Moro não consegue provar absolutamente nada do que aponta”, afirmou.
Após o depoimento à Lava Jato, o ex-presidente Lula se somará ao ato político que estará acontecendo ao longo da tarde e noite desta quarta-feira, na Praça Santos Andrrade, na região central de Curitiba.
Petroleiros presentes
Petroleiros de vários estados também estão em Curitiba e participam nesta quarta-feira pela manhã de ato em frente à Repar, onde a FUP fará um debate com os petroleiros sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo GEEP – Grupo de Estudos Estratégicos e Propostas. O Grupo é formado por economistas e pesquisadores para assessorar os petroleiros na formulação de propostas que se contraponham às atuais medidas de redução da Petrobrás e de desnacionalização do setor petróleo impostas pelo governo ilegítimo de Michel Temer.Após o ato na refinaria, o debate terá sequência, a partir das 10 horas, na sede do Sindipetro-PR/SC, com a participação também dos movimentos sociais.
O petroleiro e secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, lembrou que a jornada de lutas em Curitiba, além de se solidarizar com o ex-presidente Lula, é também para reivindicar a volta da democracia e derrotar o governo ilegítimo de Michel Temer. “Nós estamos na luta. Já fizemos uma grande greve geral no dia 28 de abril, estamos construindo a Jornada em Curitiba, vamos ocupar Brasília e iremos construir uma segunda greve geral. E esse pessoal do Temer e do Congresso Nacional se não ouvirem o povo brasileiro nós vamos escorraçar esse povo de lá e vamos colocar um governo legítimo, eleito pela população”, destacou.
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