Movimentos Sociais e Parlamentares se unem em Ato Público por nova lei do petróleo e em defesa da Petrobrás no auditório da Assembléia Legislativa

Centenas de militantes dos movimentos sindical e social somaram-se a deputados federais, estaduais…

CUT

Centenas de militantes dos movimentos sindical e social somaram-se a deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores, nesta segunda-feira (08) à tarde, realizando um vibrante ato público na Assembleia Legislativa de São Paulo em defesa do pré-Sal, da Petrobrás e contra as privatizações.

Iniciativa das bancadas do PT na Assembleia, na Câmara dos Deputados e na Câmara Municipal de São Paulo, a manifestação lotou o auditório Franco Montoro e serviu de pré-aquecimento à grande mobilização convocada para o próximo dia 19, em frente ao prédio sede da Petrobrás na avenida Paulista.

"Nacionalismo e patriotismo são duas palavras que os tucanos tentaram apagar do dicionário, mas que hoje o Brasil traz à baila na campanha em defesa da Petrobrás e da nossa soberania, que estão sendo atacadas pelos entreguistas", declarou o líder petroleiro Antonio Carlos Spis, que representou a CUT Nacional no evento. Spis lembrou que não é de hoje que PSDB e DEM (ex-PFL) atuam para inviabilizar a empresa, com o objetivo de privatizá-la. "Os que hoje investem na CPI são os mesmos que no governo Fernando Henrique aprovaram uma lei criminosa em 1997 contra o monopólio estatal e a Petrobrás. O que está por trás desta ação da direita e da mídia é impedir a mudança do marco regulatório, que precisa ser feita para garantir que as imensas riquezas do pré-Sal, verdadeiros lingotes de ouro, sejam destinadas ao desenvolvimento do país, em políticas sociais que beneficiem o povo brasileiro", acrescentou. Um elemento que deve servir de reflexão, alertou, é que esta gigantesca reserva energética colocará o Brasil no mesmo patamar energético da Arábia Saudita. "Não se sabe se são 70 bilhões de barris de petróleo, 200 bilhões de barris, se é um único lençol que vai do Espírito Santo até Santa Catarina, ou se são vários lençóis separados. O fato é que se for um lençol só, de qualquer plataforma dessas que continuam sendo leiloadas, as multinacionais poderão tirar tudo. Por isso precisamos proliferar ações como essa, pois o petróleo é nosso, não dos estrangeiros!", enfatizou Spis, sob aplausos.

O presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, fez um paralelo entre a ação devastadora levada a cabo pelos tucanos no Estado de São Paulo e a voracidade com que tentam emplacar a CPI da Petrobrás contra os interesses nacionais. "Assim como em São Paulo o PSDB tem uma lista de 18 empresas estatais como alvo para serem privatizadas, querem colocar a Petrobrás na fila da entrega. Mas cresce a mobilização contra esta política, pois o fato é que todo o mundo está vendo o que ela significa: quanto menor o Estado, mais ausente ele estará da vida das pessoas, principalmente da população que mais necessita", acrescentou Adi.

O líder do PT na Assembleia, deputado Rui Falcão, denunciou o real objetivo da CPI contra a Petrobrás, lembrando que os que a pediram, anos atrás, "investiram militarmente, furiosamente contra os petroleiros, pois queriam privatizá-la". "No momento em que a empresa dá um grande salto com o pré-Sal, quando se impõe a necessidade de um novo marco regulatório, os parlamentares do PSDB e do DEM usam a CPI como ameaça", condenou Rui Falcão, destacando a importância econômica da empresa, que é um dos motivos de o Brasil não ter sido muito afetado pela atual crise mundial.

O dirigente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Aparecido Pires de Morais afirmou que, cada vez mais, "o tucano é uma ave de rapina que não merece o respeito do povo brasileiro". "Com o pré-Sal, o Brasil estará entre os maiores produtores de petróleo do mundo, o que significa saúde digna e decente, educação de qualidade, mais desenvolvimento, salário e emprego. Os que atacam a Petrobrás fazem o jogo sujo das multinacionais", frisou.

Representando a Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), disse que assim como o governo estadunidense abandonou o discurso anterior da "globalização" e interviu para tomar o controle da GM e proteger o aço do país da concorrência estrangeira, "chegou a hora de, dentro de uma visão nacional, aqui no Brasil, defendermos os nossos interesses e a nossa soberania".

Em nome da União Geral dos Trabalhadores, Avelino Garcia Filho, ressaltou a importância da unidade demonstrada pelas centrais sindicais no ato para a vitória contra os entreguistas: "estamos integralmente nesta campanha de luta em defesa da Petrobrás e do patrimônio dos brasileiros".  

Entre outras lideranças, estiveram presentes os deputados estaduais Vicente Cândido, José Candido, Beth Sahão, Adriano Diogo, Carlinhos Almeida, Roberto Felício (todos do PT) e Pedro Bigardi (PCdoB), os deputados federais Carlos Zarattini e José Genoíno (PT), Nataniel Braia (Partido Pátria Livre), além de vereadores da capital e de diversas cidades do interior. Também marcaram presença inúmeras lideranças comunitárias.