Movimentos Sociais de Curitiba na luta contra a privatização da Petrobrás

A CUT, representantes de diversos sindicatos e de entidades dos movimentos sociais foram às ruas nesta terça-feira (02)….

CUT e movimentos sociais unidos em defesa da Petrobrás e do monopólio estatal do petróleo

CUT-PR

Nem o dia mais frio do ano – Curitiba registrou a temperatura mínima de 3.1ºC nesta terça-feira, dia 2 de junho – conseguiu esfriar os ânimos dos movimentos populares do Paraná. Representantes de entidades sindicais, partidos políticos e organizações ligadas ao movimento social, tiraram os casacos do armário e participaram do protesto "por uma nova lei do petróleo, pela retomada do monopólio estatal e em defesa da Petrobrás".

A manifestação aconteceu no fim da manhã, na Boca Maldita, região central da capital paranaense. O destaque da atividade foi a mística, na qual um padre e seus auxiliares vestidos de preto fizeram o enterro do projeto neoliberal das privatizações, representado pelos partidos direitistas PSDB e DEM. Um caixão e plaquetas que traziam ilustrações do tucano e do demônio foram carregadas durante o cômico cortejo.

O ato faz parte da campanha nacional "O Petróleo tem que ser nosso!", cujo objetivo é defender que esse recurso natural estratégico fique sob o controle público e ainda que sua renda seja revertida em investimentos sociais. Gustavo Erwin, o ‘Red’, da Coordenação dos Movimentos Sociais [CMS], explica que o desafio da campanha é fazer o debate sobre a importância dessa riqueza para a emancipação do povo brasileiro. "Não podemos permitir que as multinacionais se apropriem dessa riqueza estratégica. Isso é luta de libertação nacional. Precisamos da efetiva participação de todas as organizações comprometidas com a luta antiimperialista e com a construção do projeto popular para o Brasil", diz.  

Os leilões da Agência Nacional de Petróleo [ANP], onde áreas com potencial para extração de petróleo são ofertadas a quem pagar mais, foram duramente criticados pelo presidente estadual da CUT, Roni Anderson Barbosa. "Isso é um absurdo. O patrimônio do povo brasileiro acaba indo muitas vezes para as mãos de transnacionais. Não há controle preciso sobre a quantidade de petróleo e gás natural que são retirados e, para piorar ainda mais, a tributação sobre essa atividade é muito pequena. Em outras palavras, essas empresas sugam nossas riquezas e deixam migalhas como forma de impostos. Daí a necessidade de um novo marco regulatório do setor petróleo que restabeleça o monopólio estatal, quebrado durante a era FHC", afirmou Barbosa.

A mobilização popular contou com a presença do secretário de relações internacionais da CUT, João Felício. Em sua intervenção, ele repudiou a CPI da Petrobrás, proposta pelo senador Álvaro Dias [PSDB-PR]. "A CUT sempre foi contra as privatizações e essa CPI é uma forma de enfraquecer a Petrobrás e indispor o Governo Federal perante a população. Esses, que agora querem investigar a estatal, são os mesmos que tentaram vendê-la. A Petrobrás sempre financiou projetos sociais e culturais, não foi diferente no governo FHC. Se querem a CPI, tudo bem, mas que a era FH também seja levantada. Trata-se de uma proposta meramente eleitoreira".

Durante o ato foram coletadas assinaturas para o abaixo-assinado de iniciativa popular de projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional a fim de assegurar a consolidação do monopólio estatal do petróleo, a reestatização da Petrobrás, o fim das concessões brasileiras de petróleo e gás, e a destinação social dos recursos gerados pela produção.

Calendário Nacional

As mobilizações em defesa do petróleo do e para o povo brasileiro continuam. Novas manifestações ocorrerão em Brasília, nesta quarta-feira [03/06], e em Manaus [11/06]. Para o ato na Capital Federal, a CUT traçou como meta a mobilização de 300 dirigentes sindicais para uma ocupação pacífica do Congresso Nacional.