Movimentos sociais cobram novas investigações sobre assassinato de jornalista no Paraná

Sindipetro-PR/SC

Perdemos um amigo, um militante e um dos poucos profissionais da comunicação popular e alternativa do Paraná que tinham a coragem de escrever sua história enquanto registrava a luta dos trabalhadores, dos injustiçados, daqueles que não possuíam voz e nem vez. Num tempo em que isso significava bater de frente com a intransigência e com a repressão. Ou seja, até os dias de hoje! Ele era dono de uma dedicação incomum na sociedade do individualismo, da competição e da violência.

O legado do Anderson Leandro da Silva para os movimentos sociais e para as organizações populares está documentado no seu trabalho e nas imagens da luta do povo pobre e trabalhador. Isso ninguém lhe tira! Sua perda é inestimável e acreditamos que levará muito tempo para se construir um perfil engajado e destemido como o dele. Um ser humano inteligente e prestativo, sempre disposto a estender a mão a um amigo. Até porque a história de cada um é única; singular mesmo em meio à defesa da coletividade.

Entenda o caso

O jornalista Anderson Leandro da Silva, 38 anos, desapareceu no dia 10 de outubro. Ele saiu da produtora onde trabalha, a QuemTV, no bairro Rebouças, por volta das 13 horas de quarta-feira (10/10), para atender um suposto cliente na cidade de Quatro Barras e não apareceu mais. Seu corpo foi encontrado na quinta-feira (18), na zona rural do município da região metropolitana.

De acordo com as investigações do Grupo Tigre, a elite da Polícia Civil do Paraná, Anderson teria mantido um romance com uma adolescente, namorada de Henrique Weslley Oliveira Woiski, de 20 anos. Ao saber do caso, Henrique teria obrigado a namorada a telefonar para o jornalista e marcar um encontro. A jovem teria convencido Anderson a ir até uma estrada de terra, onde foi morto a facadas por Woiski.

O jornalista era produtor da “Quem TV” e sempre trabalhou na cobertura de mobilizações sociais e conflitos. Apesar de a Polícia ter dado o caso como encerrado, a família e os movimentos sociais cobram mais esclarecimentos e não descartam motivação política do crime.