Sindipetro PR/SC
Desaparecido desde 10 de outubro, o caso do jornalista Anderson Leandro da Silva, 38 anos, provoca a necessidade de avaliar a perseguição a jornalistas e a liberdade de expressão. Anderson é produtor da ‘Quem TV’ e possui vasto material de mobilizações sociais e conflitos. Ele já prestou vários serviços para o Sindipetro Paraná e Santa Catarina, desde a cobertura de protestos até a recuperação do acervo audiovisual. A família suspeita de motivação política no seu desaparecimento. Ontem, movimentos sociais e sindicatos decidiram cobrar mais empenho do governador Beto Richa e do secretário de segurança Cid Vasques. Passada uma semana do sumiço, pouco foi feito até aqui.
Como forma de pressionar pela intensificação das buscas, familiares, sindicatos e movimentos sociais fazem uma caminhada nesta quinta (18). A concentração será em frente à Catedral (Pç. Tiradentes), a partir das 11h. Além disso, serão distribuídos 10 mil cartazes com informações sobre Anderson, além de uma carta cobrando empenho público no desaparecimento do jornalista (veja abaixo).
Pelo viés político, os mandatos dos deputados estaduais Tadeu Veneri e Luciana Rafanhim e do deputado federal Dr Rosinha solicitam uma audiência com o governador Beto Richa e as Secretarias de Justiça e Segurança Pública. As Organizações das Nações Unidades (ONU) também serão acionadas através de um relatório.
A carta “Cadê Anderson Leandro” destaca a preocupação com a ameaça a liberdade de imprensa: “Se houver alguma relação política (Anderson Leandro é jornalista, atua com movimentos sociais e sindicais e na TV Comunitária de Curitiba) a questão é ainda mais preocupante. Neste caso, estaríamos falando de um ataque ao direito à informação, à liberdade de expressão e à verdade”, descreve.
Cadê Anderson Leandro?
Caminhada neste dia 18 cobra respostas sobre o desaparecimento do jornalista
O desaparecimento do jornalista Anderson Leandro continua sem respostas. Cada dia sem notícias cresce o risco de o pior acontecer. É também um dia a mais de tormento para sua família, amigos, colegas e companheiros. Por isso, achar Anderson Leandro é a primeira e mais importante responsabilidade dos órgãos da polícia e do Estado.
No último dia 16 representantes de várias entidades sindicais, de movimentos sociais e mandatos de parlamentares estiveram reunidos para organizar uma mobilização pelas buscas de Anderson Leandro. Cartazes estão sendo espalhados pela cidade e cada informação tem sido divulgada nas redes sociais. Uma manifestação também foi aprovada.
Caminhada
A caminhada “Cadê Anderson Leandro?”, marcada para este dia 18 (quinta-feira), tem por objetivo chamar a atenção da sociedade. A intenção também é exigir o envolvimento do governador Beto Richa, do secretário de segurança pública Cid Vasques e da secretária de justiça e cidadania e direitos humanos Maria Tereza Mello neste caso. A concentração inicia 11 horas, na Praça Tiradentes, e a caminhada seguirá até a Boca Maldita.
Hipóteses
Ainda não se pode afirmar o que realmente aconteceu. A polícia diz trabalhar com várias hipóteses. De todo modo, quando alguém desaparece fica a sensação de incertezas para todos. Significa que qualquer pessoa pode estar sujeito a passar por isto.
Se houver alguma relação política (Anderson Leandro é jornalista, atua com movimentos sociais e sindicais e na TV Comunitária de Curitiba) a questão é ainda mais preocupante. Neste caso, estaríamos falando de um ataque ao direito à informação, à liberdade de expressão e à verdade. Estaríamos tratando, então, do atentado ao interesse da sociedade em ser informada, da garantia de que profissionais da imprensa possam exercer sua função.
Não podemos perder tempo. É urgente que Anderson Leandro seja encontrado e que o caso seja desvendado. As entidades que assinam este documento acreditam na mobilização da sociedade e convocam a todos a participar da caminhada deste dia 18.
Denuncie
Anderson está desaparecido desde a última quarta-feira (10 de outubro de 2012), quando saiu da empresa de comunicação, por volta das 12h30, dirigindo o carro Kangoo (Renault), de cor branca, placa: AON 8615. Quem tiver alguma informação deve entrar em contato com a Delegacia de Vigilância e Capturas, pelo número (41) 3815-3000. A delegacia fica na Avenida Afonso Penna, número 974, no bairro Tarumã, em Curitiba.