Morte na Repar: política de insegurança da Petrobrás faz mais uma vítima

48 horas. Esse foi o tempo entre o Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida [06/10], no qual os petroleiros de todo o país protestaram…





Sindipetro PR-SC

48 horas. Esse foi o tempo entre o Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida [06/10], no qual os petroleiros de todo o país protestaram contra a política de insegurança da Petrobrás, e a perda de mais um trabalhador dentro da área da empresa.

Na última sexta-feira [08], o companheiro Roni Roque, de 43 anos, contratado pelo Consórcio CCPR [Camargo Corrêa e Promon Engenharia] para trabalhar nas obras de ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas [Repar], em Araucária, foi atropelado por um ônibus que transportava trabalhadores.

Com mais esta morte, a Petrobrás alcança a vergonhosa marca de 288 acidentes de trabalho fatais nos últimos 15 anos, do quais 232 eram terceirizados. Em 2010 já são sete mortes na Petrobrás.

Para o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina [Sindipetro], Silvaney Bernardi, acidentes de trabalho não podem ser considerados como meras fatalidades. “Eles [os acidentes] não são fruto do acaso, são eventos socialmente construídos e que podem ser evitados com políticas e investimentos adequados na Saúde, Meio Ambiente e Segurança [SMS] da empresa”.

O Sindicato, ao mesmo tempo que presta suas condolências aos amigos e familiares do companheiro Roni,  manifesta repúdio ao descaso com que os gestores da Petrobrás tratam questões relacionadas à segurança. Além disso, também exige efetiva participação na comissão interna que irá apurar os fatos ligados ao atropelamento. 

 :: Repar tenta lavar as mãos

Os gestores da Refinaria alegam que o acidente não se caracteriza como de trabalho, mas sim como “de percurso”. Também argumentam que envolveu uma sub-contratada do CCPR; portanto, caberia ao Consórcio e a quarteirizada constituírem a comissão de investigação. À Repar ficaria responsável apenas pela formação de um Grupo de Trabalho para recomendar melhorias que possam evitar futuros acidentes similares. Isso barraria a participação do Sindipetro Paraná e Santa Catarina na investigação. “Como a Repar pretende negar que o atropelamento não aconteceu em um ambiente controlado por ela? A morte ocorreu em área de acesso interno à Refinaria, onde ela própria é responsável pelo trânsito e a qualidade das vias de rolamento e das faixas de pedestres”, questiona Bernardi.

 Com essa postura, a Repar tenta lavar as mãos e demonstrar estar preocupada apenas em preservar sua imagem e os seus “premiados” indicadores perante à Petrobrás, o que significa manter os problemas crônicos da atual política de SMS por debaixo do tapete.