Petroleiros, vigilantes e operários da construção e montagem unidos por aumento real e PLR…
CUT
Os 15 mil trabalhadores das obras de ampliação e da manutenção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, interior do Paraná, começaram a negociar uma pauta comum para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho.
Ao unir os operários da construção e montagem industrial, vigilantes e petroleiros, o movimento fortalece a pressão sobre as empresas e consórcios das obras, analisa Domingos Oliveira Davide, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Curitiba (Sintracon), que compõe o comando da mobilização.
Para o presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Roni Barbosa, que é também destacado líder petroleiro, as entidades sindicais estão fortalecidas para o processo negocial. “A assembleia estampou a determinação dos trabalhadores e a disposição de luta para a campanha salarial deste ano. Saímos motivados para iniciar as negociações”, frisou Roni.
REIVINDICAÇÕES – Conforme Domingos Davide, os principais pontos a serem exigidos dos patrões são a reposição salarial da inflação pelo INPC, estimada em 4,97% em 1° de junho (data-base da categoria), ganho real nos vencimentos de 20%, Participação nos Lucros e Resultados com 70% fixos e 30% vinculados às metas das empresas – hoje é o inverso, horas extras de 100% em dias normais e de 200% nos domingos e feriados, cesta natalina de R$ 200 e ajuda de custo no valor de R$ 500.
O presidente do Sintracon Curitiba avalia que a massiva presença das categorias na assembleia do dia 29 de abril mostra que há uma decisão clara de avançar nas cláusulas, “mesmo que para isso seja necessário repetir o movimento grevista desencadeado durante 20 dias no ano passado e que resultou em aumento salarial de 10% e vale compra de R$ 150,00”. “Esperamos que as grandes empresas pensem bem e não radicalizem”, acrescentou.
A partir da aprovação da pauta, a CUT Paraná, o Sintracon, o Sindicato da Manutenção e Montagem (Sindmont), o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Paraná (Sintrapav) e as demais entidades que representam os trabalhadores terceirizados da Repar iniciaram a negociação com as empresas e consórcios das obras.
“A maior parte dos sindicatos é filiada à CUT, o que torna mais fácil e objetiva a mobilização dos trabalhadores. Foi muito marcante a decisão da Procuradoria do Trabalho durante a 1ª rodada de negociação, quando o sindicato patronal da montagem tentou tirar a CUT da mesa. A procuradoria não só reiterou que a coordenação da entidade era legítima, por tratar-se uma central legalizada, como exercia liderança de respeito sobre os sindicatos que ali atuavam”, ressaltou Domingos.