Mobilização de terceirizados e sindicatos obriga Petrobrás a rescindir contrato

Sindipetro BA

Foram necessários dois dias de greve e intensa mobilização – dias 12 e 13 – envolvendo 700 trabalhadores da terceirizada Steel, nas unidades da Pituba e Cofip, para a Petrobras rescindir o contrato. Depois de inúmeras denúncias e irregularidades, a Steel atrasou salários, suspendeu a assistência médica e teve as contas bloqueadas pela justiça. A segunda classificada na licitação assumiu as atividades e incorpora os trabalhadores, enquanto a Petrobrás ficou de pagar as indenizações e salários atrasados até segunda (17). Caso não cumpra o acordo negociado na sexta (14), a greve voltaria.
O efeito Steel funcionou como pólvora: inicialmente na Pituba e Cofip, o movimento se espalhou pela Transpetro e Fafen, onde terceirizados tanto da Steel como Leme e Tenace, lutam por melhores condições tanto de trabalho como de salários e os petroleiros se juntaram em solidariedade e paralisaram todas as atividades por um dia. Na Transpetro a Steel ainda tem vínculo contratual, na Fafen, as terceirizadas são a Leme e Tenace.
É o levante dos trabalhadores contra a precarização no mundo do trabalho, agora ainda mais ameaçado com a nova orientação da direção da Petrobrás para a contratação de mão de obra.
Em todos os confrontos – Pituba, Cofip, Transpetro e Fafen – o Sindipetro Bahia esteve ao lado dos trabalhadores e os petroleiros também aderiram ao movimento – forçando, ao lado da CUT, Sindilimp e comissão de base, uma saída para o impasse, mas com respeito aos direitos dos terceiriados e fim da greve. Na Transpetro, os diretores Deyvid Bacelar, Allan, Adailson, Eliezer, Braga e Feitas estiveram à frente da paralisação; na Fafen, Urpia.
O coordenador do Sindipetro Bahia, Paulo César, e presidente da CUT Bahia, que acompanharam o movimento grevista e fizeram parte da negociação em Salvador, não entendem como uma empresa do porte da Petrobrás contrata uma “gata” desqualificada como a Steel – são dezenas idênticas a ela espalhadas por todas as unidades da Petrobrás e em todos os setores – mas não exerce sua responsabilidade na fiscalização dos contratos e mantém um sistema arcaico de licitação, que a realidade demonstra só causar prejuízos aos trabalhadores.