Ministro venezuelano denuncia plano para desestabilizar eleições

 

Opera Mundi

Mercenários estariam se infiltrando no país “para gerar violência”; Maduro acusa embaixadores dos EUA de planejarem seu assassinato

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, afirmou que setores da oposição estariam participando de um plano para criar tumultos nas eleições presidenciais do próximo dia 14 de abril. Jaua afirmou que, “nas próximas horas”, divulgará mais informações sobre o caso.

Segundo o ministro, existe uma conspiração entre mercenários da América Central que, em parceria com a oposição venezuelana, pretendem sabotar o processo eleitoral. “Temos elementos precisos que vinculam mercenários de El Salvador com membros da oposição que se organizam para gerar violência em nosso país”, afirmou Elías Jaua.

Em entrevista ao canal Telesur, o ministro das Relações Exteriores denunciou que o grupo descoberto está ligado com Francisco Chávez – colaborador de Luis Posada Carriles, responsável pela fabricação e colocação de bombas em vários países, entre eles Cuba. Francisco, inclusive, já foi detido em 2010, tentando se infiltrar na Venezuela com documentos falsos.

“Existe um ‘grupo A’ dirigido pelo ex-coronel salvadorenho David Coch e um ‘grupo B’ dirigido por Guillermo Cader. Ambos vêm recrutando mercenários para se infiltrarem em nosso país”, disse Jaua.

Segundo as informações do governo venezuelano, o coordenador de toda a operação é Roberto Dabuisson, que foi flagrado em escuta telefônica, preparando ações para desestabilizar as eleições.

“Capriles conseguiu lugares para que nosso grupo esteja seguro. No entanto, temos alguns chegando e não têm onde ficar”,  afirma, entre outras coisas, Dabuisson na escuta interceptada.

O vice-presidente da Venezuela, Jorge Alberto Arreaza, convocou a oposição, representada por Henrique Capriles, a se pronunciar sobre as informações descobertas. “Se esses senhores (oposição venezuelana) estão vinculados com os mercenários ou não, nós (membros do governo) temos certeza que sim. Cabe a oposição agora vir a público e dizer a verdade aos venezuelanos”, ponderou Arreaza.

Elías Jaua reiterou que o governo da Venezuela vai notificar formalmente o governo de El Salvador “para que nos ajude a confirmar a informação sobre os planos de sabotagem”. “Estamos denunciando para que esse plano macabro contra a Venezuela seja desativado”, concluiu Jaua.

O candidato opositor Henrique Capriles rebateu, neste domingo (07/04), a denúncia feita pelo presidente interino do país, Nicolás Maduro, da existência de um plano da oposição do país, em conjunto com mercenários de El Salvador, para assassiná-lo. “Não seja ridículo, menino”, afirmou Capriles, que reuniu centenas de milhares de pessoas no centro de Caracas para encerrar a campanha eleitoral.

Em meio às eleições eleitorais, outra acusação grave foi feita neste sábado (06/04) por Nicolás Maduro. O presidente interino e candidato à presidência acusou embaixadores americanos de organizar um plano para assassiná-lo.

“O objetivo deles é me matar, porque eles sabem que não podem vencer uma eleição livre e honesta. E por trás disto estão os embaixadores Roger Noriega e Otto Reich(embaixadores americanos)”, disse Maduro em rede pública.

Maduro já havia acusado Noriega e Reich de planejar um atentado, mas, no entanto contra a vida de Capriles. Segundo o presidente interino, os EUA têm o objetivo de desestabilizar a Venezuela e “promover posteriormente uma intervenção”.