MAB
Desde o início da manhã desta quarta-feira (26), atingidos por barragens realizam dois protestos simultâneos, nas cidades do Rio de Janeiro e Brasília, para reivindicar uma política nacional de direitos e denunciar os possíveis aumentos das tarifas de energia elétrica para o próximo ano.
Em Brasília, cerca de 300 atingidos ocuparam, por volta das 07 horas, a frente da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão do governo que regulamenta o setor elétrico nacional, para denunciar os interesses empresariais que dominam a instituição.
Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a ANEEL serve apenas para criar condições favoráveis aos empresários e, ao mesmo tempo, prejuízos à população. “Estamos falando de um cenário que temos 80% da nossa matriz energética baseada na geração hidrelétrica, a forma mais barata de gerar energia, e a população paga uma das tarifas mais caras do mundo. Para as empresas todo um marco regulatório, para os atingidos toda a ausência do estado”, afirma Moisés Borges, da coordenação do MAB.
Também foi entregue uma carta pedindo o cancelamento do leilão da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos, localizada em Andradina, no interior de São Paulo. Antes controlada pela estatal Companhia de Energia de São Paulo (Cesp), teve seu contrato de concessão vencido em 2011 e foi devolvida à União.
Entretanto, o governo, através da ANEEL, marcou para a próxima sexta-feira (28) o leilão na bolsa de valores de São Paulo. “O leilão significará privatização. Exigimos o controle público sobre esta usina que pode oferecer a energia mais barata do Brasil”, aponta Moisés.
No Rio de Janeiro, aproximadamente 200 atingidos vindos da região serrana do estado, além de Minas Gerais e São Paulo, marcham em direção ao prédio de Furnas, empresa pública de geração e transmissão de energia controlada pela Eletrobrás, para reivindicar uma política de direitos.