Os metroviários de São Paulo mantêm mobilização para pressionar a Companhia do Metropolitano (Metrô) a readmitir os 42 funcionários dispensados no último dia 9, após a paralisação de cinco dias, iniciada em 5 de junho, ter sido julgada abusiva pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região. A categoria decidiu ontem (25), em assembleia, que realizará atos, shows com artistas que apoiam a causa e campanhas públicas para arrecadar fundos para pagar os salários dos demitidos.
O primeiro ato está marcado para a próxima quinta-feira (3), às 9h, com concentração no Largo da Batata, na zona oeste da capital paulista. A manifestação terá apoio do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) e de trabalhadores rurais ligados ao antigo líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha e terá como mote “Terra, Moradia e Transporte”.
Ainda no dia 3, ocorrerá um segundo ato, à noite, que reunirá intelectuais e juristas para discutir a demissão dos metroviários no Largo do São Francisco, na região central. O horário ainda será definido. Além disso, os metroviários aprovaram que colarão um adesivo em seus uniformes reivindicando a readmissão dos 42 demitidos, escrito em português, inglês e espanhol.
O Sindicato dos Metroviários iniciará um abaixo-assinado, que circulará por todas as áreas do Metrô, para exigir a volta dos funcionários. Além disso, divulgará carta aberta amanhã (27) pedindo a doação de fundos para o pagamento dos salários dos demitidos e aumentará o percentual da mensalidade sindical de 1,3% para 1,9% do salário por seis meses. Na primeira quinzena e sem uma campanha oficial, o sindicato conseguiu arrecadar espontaneamente R$ 10 mil, que serão usados para o pagamento dos salários.
Os metroviários estão programando também a realização de um ato-show com artistas e intelectuais que apoiam a causa em julho, com data ainda a ser confirmada. A expectativa é reunir pelo menos 5 mil participantes.
“Temos conseguido manter a unidade para reivindicar a readmissão. Temos muito apoio dentro da própria categoria”, avalia o presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Junior. “Ainda estamos avaliando como vamos prosseguir com a campanha salarial, mas nosso foco agora é pela readmissão. Vamos retomar alguns pontos, em especial sobre o plano de carreira, mas na prática estamos centrando todos os nossos esforços na readmissão.”
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo, órgão local do Ministério do Trabalho, autuou o Metrô no último dia 13 pela demissão dos metroviários, que foi considerada abusiva. O valor da autuação é de cerca de R$ 8 mil.
Fonte: Rede Brasil Atual