Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Os Metalúrgicos do ABC entram em greve a partir desta terça-feira (18) nos grupos e empresas que não atenderem às reivindicações da categoria nesta Campanha Salarial.
Cerca de 70 mil trabalhadores reivindicam o reajuste de 8% proposto pelo setor de Fundição e aprovado em assembleia realizada na noite da última sexta-feira (14) em frente à Regional Diadema. A decisão dos companheiros tornou o índice referência para as negociações.
Como os representantes dos demais grupos patronais (2, 3, 8, 10 e Estamparia) fizeram ofertas menores que os 8%, elas foram rejeitadas em votações sucessivas na mesma assembleia.
Em outra consulta, a companheirada aceitou conceder prazo limite até às 24 horas desta segunda para as empresas da base que pertencem a esses grupos se comprometam a conceder o mesmo reajuste da Fundição.
Onde este índice for proposto, o acordo será fechado. Nas fábricas em que os patrões não apresentarem os 8% de reajuste serão deflagradas greves. Enquanto isso, as negociações da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) prosseguem.
Até o final da tarde desta segunda-feira, 64 empresas da categoria, representando cerca de 23 mil metalúrgicos da base já haviam se comprometido com o Sindicato na aplicação do índice.
Confira as propostas rejeitadas nos outros grupos
Grupo 2
Reajuste de 5% (menor que a inflação).
Grupo 3
Reajuste de 7%.
Grupo 8
Reajuste de 7,5% nas empresas com mais de 50 trabalhadores e de 7% nas empresas com menos de 50 trabalhadores.
Grupo 10
Reajuste de 6,5% nas empresas com até 35 trabalhadores e de 6,97% nas empresas com mais de 35 trabalhadores.
Estamparia
Reajuste de 7,5% nas empresas com mais de 50 trabalhadores e de 7% nas empresas com menos de 50 trabalhadores.
Negociações prosseguem com a FEM-CUT
As empresas que se comprometem com o reajuste de 8% evitam a greve. Caso não apresentem a proposta, as atividades na fábrica serão paralisadas pelos trabalhadores.
Foi o que ocorreu nesta segunda-feira na Grundfos, em São Bernardo. Os patrões não ofereceram os 8% de reajuste e, em resposta, os metalúrgicos cruzaram os braços e foram para suas casas.
“Isto não significa que o acordo da Campanha Salarial 2012 já foi fechado. Ele só será fechado pela FEM-CUT”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Rafael Marques.
“Tanto que as negociações com os grupos patronais que ainda não alcançaram o índice de 8% continuam. Nesta terça, por exemplo, haverá uma rodada com o Grupo 2, formado por eletroeletrônicos e máquinas, na Fiesp, em São Paulo”, prosseguiu o dirigente.
“Em resumo, quem não quiser que sua empresa entre em greve deve entrar em contato com a diretoria do Sindicato e oferecer os 8% de reajuste”, concluiu Rafael.