Dirigentes dos principais sindicatos de metalúrgicos de todo o Brasil se reuniram ontem (8) em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e definiram o próximo 29 de setembro como dia nacional de luta e mobilização da categoria para defender os direitos trabalhistas e previdenciários ameaçados pelo governo Temer.
Participaram da reunião líderes sindicais afiliadas a diferentes centrais sindicais, de diversas regiões do estado de São Paulo, como Osasco, Santos, ABC e São José dos Campos, e também do Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Goiás. Os dirigentes consideram que a união manifestada no encontro é um marco na luta pelos direitos dos trabalhadores.
“Faremos atos regionais e, no dia 29 de setembro, será um dia nacional de luta e mobilização rumo a uma greve geral. Isso é muito importante nesse momento que país atravessa, de ataque aos direitos dos trabalhadores”, ressaltou Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Rafael Marques, do Smabc, observa que o debate sobre a legislação trabalhista tem que ser feito com a população. “Quando você mira nas leis trabalhistas o problema da competitividade da economia brasileira, ou mira na redução dos direitos trabalhistas a forma de vencer a crise econômica que estamos vivendo, isso é tapar o sol com a peneira”, afirmou.
“Não podemos deixar que essa discussão aconteça de maneira burocrática, a quatro paredes, dentro Congresso Nacional, ou em gabinetes de ministros e deputados. Nós temos que fazer esse grande debate é nas ruas, nas fábricas, nos locais de trabalho, para promover e arrancar da sociedade o que ela quer mesmo, de fato”, disse o presidente.
O Smabc lamentou também a atitude da Mercedes-Benz de São Bernardo, que anunciou a demissão de 370 trabalhadores após o término do Programa de Demissões Voluntárias (PDV, com o objetivo de atingir o número de 1.400 desligamentos.
Para Rafael Marques, após o encerramento do PDV, era possível buscar outras alternativas às demissões, como o Plano de Proteção ao Emprego (PPE), com redução proporcional da jornada e do salário, ou o lay-off. “A Mercedes dá um péssimo exemplo de relação trabalhista, no país, e não ajuda no debate econômico. Os trabalhadores vão resistir.”
VIA Rede Brasil Atual