Metalúrgicos paulistas vão em busca de ganhos reais

No lançamento da Campanha Salarial, categoria rechaça discurso recessivo e reitera luta por aumentos reais de salário…





 

FEM-CUT/SP

Os metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo lançaram a Campanha Salarial do ramo na quinta, dia 21, com um grande ato em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Organizada pela Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP (FEM-CUT/SP), a manifestação reuniu dois mil dirigentes de 14 sindicatos metalúrgicos filiados, que representam 250 mil trabalhadores em todo o Estado. A data-base da categoria é 1º de setembro. O ato também marcou a entrega das pautas de reivindicações para as bancadas patronais da base da FEM. (boxe abaixo-Base FEM). 

Antes da solenidade, aconteceu um ato político que reuniu lideranças sindicais, entre elas, os presidentes da FEM-CUT/SP, Valmir Marques (Biro Biro), da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres, da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, e os presidentes dos 14 sindicatos metalúrgicos filiados. 

O tom dos discursos deixou claro que os metalúrgicos da CUT continuarão sendo uma categoria referência no País e jamais abrirão mão de lutar por ganhos reais nos salários e de avançar na melhoria e ampliação dos direitos sociais para a categoria. “Não existe Campanha fácil. Sempre enfrentamos dificuldades, mas superamos estas fases com muita luta, pressão e organização da nossa base”, relata o presidente da Federação, Valmir Marques (Biro Biro).

Os sindicalistas também criticaram o “discurso dos patrões e de alguns veículos de comunicação” de que o aumento no salário pressiona a inflação e destacaram que é o contrário: “valorizar o salário significa distribuir renda e também ajuda o País a crescer”.

Sobre o cenário econômico, as lideranças enfatizaram que o aumento das importações preocupa, mas reforçaram que é importante continuar a luta pela criação de empregos com qualidade e criar mecanismos  que fortaleçam a indústria nacional.

30 anos da Comissão de Fábrica da Ford

Ao destacar a importância das empresas reconhecerem a organização sindical no local de trabalho, por meio do Comitê Sindical de Empresa (CSE) – uma das principais reivindicações dos metalúrgicos da CUT— o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, ao lado de Paulo Cayres, presidente da CNM-CUT, citou como exemplo o aniversário de 30 anos da Comissão de Fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo, comemorado na quinta, dia 21. “Esta Comissão nasceu para transformar as relações de trabalho. Temos ricas experiências dos nossos CSEs e queremos ampliá-los em todo o Estado. Se organizar no local de trabalho é um direito do trabalhador”, indagou.

A ampliação da licença maternidade de 120 para 180 dias (direito que está em vigor na base da FEM nas empresas do Grupo 3 e Fundição) foi outra bandeira enfatizada pelos sindicalistas. “Queremos nesta Campanha padronizar as cláusulas sociais, buscando ampliar os benefícios tanto para os homens quanto para nós mulheres. A ampliação da licença maternidade trará ricos benefícios à mãe e ao bebê”, finalizou Andréa Ferreira Souza, Secretária da Mulher da FEM-CUT/SP. 

 Início das negociações

O presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques (Biro Biro), entregou as pautas de reivindicações para todas as bancadas patronais e as rodadas de negociação deverão iniciar em agosto.

 Principais reivindicações dos metalúrgicos da CUT  

Reposição integral da inflação;

Aumento real no salário;

Valorização nos pisos salariais;

Licença Maternidade de 180 dias;

Ampliação nos direitos sociais;

Organização Sindical no Local de Trabalho;

Jornada de 40h semanais, sem redução no salário.

 Base FEM-CUT/SP

A FEM-CUT/SP tem 14 sindicatos metalúrgicos filiados, que representam 250 mil trabalhadores em todo o Estado. A data-base é 1º de setembro. A Federação negocia com sete bancadas patronais divididas nos seguintes setores:  

 Montadoras (ABC paulista, Taubaté e São Carlos);

Fundição; Estamparia;

Grupo 2 (máquinas e eletrônicos);

Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos);

Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros);

Grupo 9 (antigo G10 – reúne os sindicatos patronais dos setores de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros).