Milhares de metalúrgicos de todo estado de São Paulo lotaram a principal avenida da cidade em ato nesta quinta-feira.
Cerca de seis mil metalúrgicos ocuparam na manhã desta quinta-feira (9/2) a principal avenida de São Carlos, na primeira de uma série de manifestações em defesa do emprego que também serão feitas por trabalhadores em outras cidades de São Paulo e nos demais Estados brasileiros.
“Este é o começo de uma luta que vai se estender por todo o País. E ela não é só dos metalúrgicos, mas de todo o povo brasileiro, pois o trabalhador só é o que é por causa de seu emprego”, afirmou Sérgio Nobre, presidente dos metalúrgicos do ABC, que participou da organização do ato.
Erick Pereira, presidente dos Metalúrgicos de São Carlos, estava entusiasmado com a participação. “É um dia inesquecível para a companheirada da região. Em nosso primeiro grande ato na cidade já mostramos que temos muita disposição para a luta”, disse.
Do caminhão de som, Sérgio Nobre alertou que nenhum País do mundo avançou socialmente sem uma indústria forte, protegida das importações desenfreadas feitas pelas multinacionais.
“Queremos que o Estado brasileiro proteja nossa indústria, da mesma forma que acontece lá fora, com a China e a Alemanha, por exemplo”, prosseguiu.
“Também queremos que os empresários façam sua parte, investindo em inovação e na fabricação de novos produtos com qualidade e preço, pois às vezes os importados são comprados por terem qualidade e preço melhor”, frisou.
Isaac do Carmo, presidente dos metalúrgicos de Taubaté, lembrou que sua base enfrenta os mesmos problemas com produtos vindos do exterior.
“Existem grandes empresas de eletroeletrônicos em Taubaté que montam setores importantes só com componentes importados”, protestou.
“A situação está ficando crítica e a categoria já demonstrou disposição de ir luta se for o caso”, completou o dirigente.
Luta é de todos, diz Sérgio Nobre
Ao fazer um balanço da manifestação, Sérgio Nobre destacou a presença de um dirigente dos metalúrgicos de São Paulo e afirmou que a luta contra as importações é muito grande para ser travada por uma central sindical apenas.
“Independente de suas concepções, CUT, Força, todas as centrais precisam estar unidas nesta batalha, pois nosso adversário é muito poderoso”, acentuou. “Esse é um problema de classe, que uma central sozinha não vai conseguir resolver”, concluiu o presidente do Sindicato.
Também participaram da manifestação os presidentes da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT, Paulo Ayres, o Paulão, e Valmir Marques, o Biro-Biro; o presidente da CUT Estadual, Adi dos Santos Lima; além de presidentes e dirigentes de diversos sindicatos cutistas de São Paulo, o prefeito de São Carlos, Oswaldo Barba (PT), e políticos da região.
“Esse é um movimento suprapartidário, suprassindical, que deve envolver todos na proteção do emprego e da indústria nacional”, comentou o deputado federal Newton Lima Neto (PT).