Metalúrgicos do ABC fazem greve de advertência

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

 

A paralisação desta segunda-feira (10) nas fábricas dos grupos que estão na Campanha Salarial será de advertência aos patrões.

A decisão de parar as máquinas foi aprovada na noite da última quarta-feira (5) em assembleia na Sede e tem total apoio dos trabalhadores nas empresas.

“Já faz mais de dois meses que apresentamos nossa pauta de reivindicações e até agora não temos qualquer proposta aceitável”, disse Rafael Marques, vice-presidente do Sindicato. “O prazo dos patrões expirou dia 1º de setembro, há quase dez dias”, alertou.

Segundo o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT), Valmir Marques, o Biro-Biro, que negocia de forma unificada pela categoria em todo o Estado, a bancada patronal endureceu muito nas negociações.

“As propostas apresentadas até agora foram ridículas. Alguns grupos tiveram a cara de pau de propor reajuste abaixo da inflação”, contou Biro-Biro.

Rafael concorda com o presidente da FEM-CUT e destaca que não existe justificativa para essa ausência de propostas. “Alguns setores, como o de máquinas, estão com produção intensa e até aumentando a ocupação de sua capacidade instalada”, lembrou. “Parece existir uma orientação para que nenhum grupo apresente propostas”, prosseguiu o vice-presidente do Sindicato.

“Essa postura é inaceitável”, protestou. “Estamos indignados com isso, já que o Sindicato e a CUT fizeram um grande esforço para que o governo federal colocasse o fortalecimento da indústria entre as prioridades de sua agenda”, disse o dirigente.

Entre outras ações que os empresários devem aos trabalhadores, Rafael destacou a adequação do câmbio, a redução dos juros, a desoneração de impostos, a restrição aos importados, o Plano Brasil Maior de fortalecimento da indústria no País e o novo regime automotivo com ampliação do conteúdo regional.

“Tudo isso nos dá autoridade para cobrar um aumento real para os trabalhadores”, acentuou o vice-presidente do Sindicato. “Este é outro motivo porque nossa mobilização é importante, para construir uma nova base de negociações”, concluiu.

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Da Redação