Após 24 horas de paralisação, os metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos se reuniram nesta terça-feira, 17, com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que se compromete a levar a demanda da categoria a presidente Dilma Rousseff. Os trabalhadores estão em campanha para impedir os planos da montadora de encerrar as atividades do setor MVA(Montagem de Veículos automotivos), onde são produzidos os modelos Classic, Corsa, Meriva e Zafira. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o fechamento da unidade causará mais de 1.500 demissões.
O ministro Gilberto Carvalho manifestou sua discordância em relação a ameaça de demissões na GM, já que a empresa tem recebido benefícios fiscais por parte do Governo Federal. O ministrou também afirmou que o Governo vai procurar a General Motors para cobrar explicações.
Em menos de um mês, 356 trabalhadores da GM foram demitidos por meio de PDV (Programa de Demissão Voluntária). A General Motors é a maior montadora de automóveis do mundo. Entrou em concordata em 2008 e só sobreviveu com uma “estatização” feita pelo governo Obama. A partir daí, iniciou um processo de ataques aos operários em todo o mundo. Nos Estados Unidos, demitiu 40 mil metalúrgicos e fechou 18 fábricas, retirando direitos e cortando pela metade os salários dos novos contratados. Só no Estado de São Paulo, nas plantas de São José dos Campos e São Caetano do Sul, a empresa já demitiu em 15 meses mais de dois mil operários, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
GM diz que vai esperar comportamento do mercado
A General Motors do Brasil deve esperar o comportamento do mercado nacional de veículos nas próximas duas semanas antes de decidir sobre a produção e o destino de parte de funcionários da unidade da montadora em São José dos Camposx (SP).
O diretor de Assuntos Institucionais da GM do Brasil, Luiz Moan, afirmou na última quinta-feira (12) à Agência Estado que a montadora teve uma conversa com sindicalistas do setor, intermediada pelo Ministério do Trabalho. No encontro, ficou acordado que as conversas serão mantidas e não há prazo para eventuais demissões.
Segundo ele, os sindicalistas se mostraram mais flexíveis nas reivindicações, mas, na avaliação do executivo, esse comportamento veio um pouco tarde. “Uma pena que essa flexibilidade se dê neste momento em que não tenho nada novo para colocar na fábrica”, disse.