Metalúrgicos da GM de S. José param por 24 horas para forçar recuo em demissões

Rede Brasil Atual

Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos tiveram nesta quarta, (23), a última reunião com a direção da General Motors para tentar evitar a demissão de 1.500 funcionários da unidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP). Para pressionar a empresa a recuar em sua decisão, os trabalhadores aguardam a negociação em uma greve de 24 horas, deflagrada ontem (22), durante assembleia na entrada do primeiro turno. Logo depois um grupo de sindicalistas e metalúrgicos bloqueou a rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. As pistas foram liberadas por volta das 8h.

Essa será a terceira rodada com esse objetivo. Existe a possibilidade de um quarto encontro ser agendado para o próximo dia 26, dependendo do rumo das negociações desta quarta-feira.

A última reunião, que ocorreu na sexta-feira passada (18), contou com a participação da assessora da secretaria executiva do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Leonita de Carvalho, apenas como ouvinte. Na ocasião, o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, chegou a declarar que “sem uma intervenção do governo federal, a GM vai continuar com o plano das demissões”.

A GM, por meio da assessoria de imprensa, avaliou que houve avanços na negociação e afirmou que espera que o sindicato flexibilize suas reivindicações para se chegar a um acordo. Segundo a assessoria, a GM não confirmou as demissões, mas sim um excedente de mão de obra, calculado no dia 18 em 1.598 funcionários, depois de um programa de demissões voluntárias (PDV).

Segundo o sindicato, as demissões estão previstas para ocorrer a partir do dia 26, quando termina o lay-off (suspensão do contrato de trabalho) de 970 metalúrgicos. As dispensas seriam uma decorrência do fechamento do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA), onde é produzido o modelo Classic, cuja produção será transferida para a Argentina.

Manifestações

Sindicatos do Brasil, dos Estados Unidos, da Alemanha, da Colômbia, da Argentina, da Espanha, da França e da Itália realizarão amanhã uma série de atos, durante o chamado Dia de Ação Global contra os Ataques da GM. Os trabalhadores vão fazer assembleias e manifestações nas fábricas e em locais públicos com o objetivo de denunciar desrespeitos aos direitos trabalhistas nas unidades da empresa.