Metalúrgicos da CUT fecham melhor acordo do país com montadoras

Reajuste total é de 6,53% (2% real + INPC de 4,44%). Abono de R$ 1,5 mil ainda equivale…

CUT

Reajuste total é de 6,53% (2% real + INPC de 4,44%). Abono de R$ 1,5 mil ainda equivale a mais 2,07% de aumento real sobre o salário médio. Demais fábricas de autopeças, máquinas, eletroeletrônicos e fundição, onde ainda não houve proposta param na segunda-feira (14).

Mais de 10 mil metalúrgicos do ABC compareceram na assembleia de sábado (12) na rua do Sindicato e aprovaram proposta válida para os trabalhadores nas montadoras, garantindo a reposição da inflação de 4,44%, aumento real de 2% e abono de R$ 1.500,00.

Assembleia em Taubaté é neste domingo e em São Caetano, na segunda.

Uma nova assembleia foi marcada para esta quinta-feira e, até lá, a luta será construir acordos para os companheiros dos demais grupos.

 

"Em razão das difíceis negociações, optamos por fazer um bom acordo com as montadoras", disse Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. "Agora, esse acordo vai servir de referência para arrancarmos acordos semelhantes nos demais grupos, onde só ofereceram reposição da inflação", afirmou.

Manifestações

Ele lembrou que a missão dos trabalhadores dos grupos 2, 3, 8, Fundição e 10 (que tem data base em novembro) é realizar ações de pressão, como assembleias e paradas na produção. "A companheirada tem que ir para cima, pois reforça nossa posição na mesa de negociação", destacou Sérgio Nobre.

O presidente do Sindicato comentou que esse acordo só foi possível graças à mobilização da categoria, que na semana passada promoveu uma semana de luta, com paradas diárias da produção e manifestações de rua.

Luta nos demais grupos

Amarildo de Araújo, coordenador do CSE na Mahle Metal Leve, avisou que os trabalhadores das autopeças, Fundição e grupos 2 e 8 vão lutar por um acordo digno, como o das Montadoras. "Queremos reposição, aumento real e abono e vamos lutar por isso", garantiu.

Para Daniel Calazans, coordenador do SUR na Scania, "no início da campanha não tínhamos expectativa favorável a um bom acordo, mas nossa mobilização fez o patrão recuar. A proposta chegou num momento importante". 

Já José Roberto Nogueira, o Bigodinho, coordenador da Comissão de Fábrica na Volks, entende que "o ponto de equilíbrio foi alcançado, pois temos setores que vão bem, como o de carros, e setores que não vão bem, como o de ônibus e caminhões. Quando começamos a campanha não se falava em aumento real, que acabamos conquistando, mais o abono", comemorou

Este é o acordo

Reposição da inflação de 4,44% e aumento real de 2%, num total de 6,53%, a partir de 1º de setembro.

Abono de R$ 1.500,00 a ser pago em 25 de setembro. Os trabalhadores afastados que trabalharam mais de 120 dias entre 1º de janeiro e 31 de dezembro também vão receber o abono. 

Os aprendizes que estão na parte teórica vão receber R$ 500,00 e os que estão na parte prática vão receber R$ 1.000,00. O piso passa para R$ 1,275,00. Para os salários acima de R$ 7 mil será aplicada parcela fixa de R$ 457,10, mais o abono de R$ 1.500,00.

O acordo nas montadoras

6,53% de reajuste total, composto por:
– 4,44% de reposição da inflação
– 2% de aumento real
– Acima de R$ 7.000,00, fixo de R$ 457,10
– Mais R$ 1.500,00 de abono para todos

As propostas já rejeitadas nos demais grupos

Grupo 3 – autopeças, forjarias e parafusos
– 4,4% da inflação
– 1% de real

Grupo 2 – máquinas e eletroeletrônicos
– 4,4% da inflação
– 0 de aumento real

Fundição
– 4,4% de inflação
– 0 de aumento real

Grupo 8 – laminação e trefilação, refrigeração, condutores elétricos, material ferroviário e rodoviário, artefatos de metais, balanças, esquadrias e de construções metálicas.

– Inflação parcelada: 3,8% em setembro e 0,68 para ser aplicada em outubro e R$ 200,00 de abono para dezembro

Grupo 10 – lâmpadas e aparelhos elétricos e de iluminação, equipamentos médicos, odontológicos e hospitalares, móveis metálicos, mecânica, tratamento de superfície, estamparia, material bélico, rolhas metálicas e reparação de veículos.

– Sem proposta. Grupo não quer antecipar data-base de novembro para setembro