Rosana Aparecida da Silva é secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP
Por meio das ações afirmativas de combate à discriminação racial, notadamente nos últimos 10 anos, o Brasil tenta resgatar as raízes de nosso povo e, ao mesmo tempo, induzir transformações culturais, implantar a diversidade e ampliar a representatividade dos grupos minoritários em todos os setores da sociedade. A aprovação da Lei 12.711/12, conhecida como Lei das Cotas, é um marco importante dessa estratégia.
Entre os momentos significativos que completam uma década em 2013 está a criação, pelo governo federal, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), em março de 2003. No mesmo ano, em São Paulo, foi realizada a 1ª Marcha da Consciência Negra. O evento se repete desde então e, neste ano, a Central Única dos Trabalhadores terá uma ala sob a sua responsabilidade.
CUT pela equidade racial – Há 18 anos, o movimento negro brasileiro, em conjunto com as centrais sindicais e organizações do movimento popular, realizou, em Brasília, a Marcha Zumbi dos Palmares contra o Racismo, pela Igualdade e a Vida. A manifestação ocorrida em 1995 – que reuniu 30 mil pessoas – representou um momento importante da disputa pela superação do racismo no país.
Nesses anos de resistência e enfrentamento, a Central sempre esteve na luta contra a discriminação racial, uma de suas principais bandeiras. A discussão, contudo, continua, pois apesar das muitas conquistas, a população negra ainda encontra barreiras para a ascensão social, desigualdade no mundo do trabalho, deficiências no atendimento à saúde e à educação. É preciso avançar.
O Mês da Consciência Negra simboliza todos esses embates. Mais do que comemoração, este é um momento de reflexão sobre os muitos desafios a serem enfrentados; de buscar inspiração; de renovar as energias; e de dar continuidade à luta pela justiça social para todos/as.