Na quinta (29), por volta das 16h45, Nilton de Souza, mecânico especializado da terceirizada Ibrav perdeu a primeira falange do dedo indicador da mão esquerda. Ele realizava o faceamento de uma peça de válvula em máquina de usinagem pneumática, na oficina de manutenção. O acidente ocorreu na parada de manutenção da U-6, mas casos semelhantes já aconteceram nas paradas da U-32 e U-13.
Segundo informações da Saúde Ocupacional, durante esse trabalho Nilton acionou o automático da máquina e sua mão atingiu a engrenagem, o que resultou na mutilação do dedo indicador esquerdo. Atendido no local, ele foi encaminhado ao COT em Salvador.
Para a Petrobras e suas subsidiárias, apenas mais um acidente; para os trabalhadores, mais descaso na segurança. O que se sabe é que não se cumpre o dever de casa e uma grande parcela dos trabalhadores não faz o treinamento do Módulo Básico de SMS, que tem como objetivo conscientizar os operários dos riscos a que estão expostos numa parada de manutenção. Este pode ter sido o caso do companheiro Nilton de Souza. Nosso companheiro perdeu parte do dedo, mas poderia ter perdido a mão ou a vida.
A direção do Sindipetro Bahia mais uma vez questiona: quando serão adotadas providências de verdade para se prevenir mutilações, contaminações, queimaduras, vazamentos, incêndios e mortes?
SMS foi e continua sendo prioridade da FUP e sindicatos filiados e esteve na mesa de negociações durante a assinatura do ACT 2011, mas pelo visto a Petrobras se nega a enxergar a realidade. A direção sindical cobra todos os dias mais atenção e respeito aos direitos fundamentais dos trabalhadores, seja qual for o local onde se exerça a força de trabalho, advertindo que somente a ganância e o lucro não bastam, é necessário que se preserve a vida das pessoas.
Tanto na reunião da CIPA, como na reunião da Comissão Local de SMS da RLAM, o sindicato negociou com o gerente de SMS a participação de cipistas na parada de manutenção da U-6 para ajudarem nas auditorias e inspeções de segurança. O objetivo era prevenir acidentes, mas isso não foi cumprido pela gerência da refinaria. A parada da U-6 deve acabar com atraso no dia 8/4, sem a realização de serviços importantes em equipamentos críticos por causa da prioridade da produção em detrimento da segurança.
Diante dessa política de omissão, a Diretoria Executiva define esta semana pela realização de um ato de protesto contra a insegurança nas unidades da Petrobras.