Frente parlamentar articula ação em defesa da retomada da indústria naval em Pernambuco

Foto: Roberta Guimarães/ALEPE

Com participação da FUP, do Sindipetro PE/PB, da CUT e da Transpetro, a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval realizou sua primeira reunião na Alepe

[Da comunicação da ALEPE, com edição da FUP]

A Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval em Pernambuco realizou sua primeira reunião ordinária, nesta segunda (14), na Assembleia Lesgilativa do Estado (Alepe). Os participantes do debate, que teve como tema a retomada do setor no país, defenderam a colaboração entre governos, empresas, instituições de ensino e trabalhadores para fortalecer a economia e a geração de empregos.

O encontro ocorreu no auditório Ênio Guerra, com participação do diretor da FUP, Joacir Pedro, do presidente do Sindipetro PE/PB, Sinésio Pontes, e do secretário geral da CUT-PE, Hélcio Pereira, e do secretário geral do SindMetal, Abinadabe Santos. Também particpou do evento o gerente executivo da Transpetro, Roni Anderson Barbosa.

Coordenador da Frente Parlamentar, o deputado João Paulo (PT) se comprometeu a trabalhar conjuntamente com a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval Nacional, da qual o deputado federal Carlos Veras (PT), presente no encontro, é vice-presidente. Segundo João Paulo, o lançamento do edital da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobrás, prevê a construção, no Brasil, de quatro navios petroleiros próprios.

“Essa primeira audiência pública busca perceber os gargalos e ajudar, no que for possível, essas articulações para que esse projeto possa ter viabilidade. Ele pode gerar em torno de 30 mil empregos aqui em Pernambuco, principalmente, na cidade do Cabo de Santo Agostinho (Região Metropolitana do Recife), que tem uma base de operários muito grande. Ela vai aglutinar trabalhadores também de cidades como Ipojuca”, explicou João Paulo.

O diretor da FUP destacou que a situação atual da indústria naval em Perbambuco não é a mesma do início dos anos 2000, quando o primeiro governo Lula inicou a retomada do setor. “Naquela época, nós não tinhamos sequer estaleiros. Hoje, já temos um estaleiro pronto em Suape. No primeiro governo Lula foi, portanto, muito mais difícil do que hoje. Eu não sei por que essa demora e tanta dificuldade de começar a construir os navios”, afirmou Joacir.

Ele também chamou atenção para a necessidade de “salvar a Fronta Nacional de Petroleiros” e acabar de vez com os afretamentos da Petrobrás. A Fronape, que chegou a ter 78 navios, hoje só conta com 26, enquanto a Petrobrás afreta mais de 100 navios. “Ter uma frota brasileira é soberania nacional, nós não podemos ficar nas mãos dos afretamentos, com bandeiras internacionais. Nós temos que construir navios no Brasil, tripulados por brasileiros”, afirmou o diretor da FUP.

Articulação

O caráter suprapartidário da frente parlamentar também mereceu destaque de outros participantes desta primeira mesa, como a senadora Teresa Leitão (PT). “Nós vamos fazer toda a articulação necessária. O que for necessário replicar no Senado, nós o faremos e o que for necessário articular com o Governo Federal, nós também o faremos, porque a iniciativa, de fato, pode ser muito proveitosa para o Estado de Pernambuco”, afirmou a senadora.

O deputado federal Carlos Veras tratou da busca pela unidade entre as partes envolvidas. “Há um consenso entre nós, das bancadas federal e estadual de deputados, do Senado Federal e do Governo do Estado, para que Pernambuco possa voltar a gerar emprego e renda e desenvolver a política da indústria naval aqui, como fez anteriormente”, disse.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, também ressaltou a boa relação institucional do Governo de Pernambuco junto aos demais atores do processo de retomada das atividades da Indústria Naval. “O presidente Lula é, como todos sabem, generoso com o Estado de Pernambuco e tem sido generoso e correto com a governadora Raquel Lyra (PSDB)”, garantiu.

“A posição da governadora em relação à indústria naval é muito clara. A meta dela é que a gente retome a atividade, dentro daquilo que o Estado pode fazer. Tudo está sendo feito e o que mais for necessário será feito”, reforçou Cavalcanti.

Também participaram do evento: Tanielle Cavalcanti, representante do Estaleiro Atlântico Sul; o professor Adryano Dayvson Ferreira, coordenador do curso de Engenharia Naval da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Roberto Alcoforado, representante da Universidade de Pernambuco (UPE).