A entrada em vigor nesta quinta-feira (09) do novo contrato de alimentação na Repar, o qual prevê a limitação de proteína animal em 200g por consumidor/refeição, foi marcada por um “marmitaço” promovido pelos trabalhadores, com o apoio do Sindipetro Paraná e Santa Catarina.
A manifestação consistia em não comer os alimentos fornecidos pela empresa. Em substituição das refeições, o Sindicato providenciou marmitas aos trabalhadores próprios da Petrobrás. A adesão foi grande, tanto dos empregados em regime de turno, quanto daqueles enquadrados no horário administrativo.
O ato, de caráter simbólico, serviu para expressar a insatisfação coletiva com a alimentação na refinaria. A contratada para servir as refeições segue sendo a Sodexo, uma empresa multinacional que está sediada em Issy-les-Moulineaux, na França, e uma das maiores do mundo no ramo de alimentação corporativa.
A principal preocupação é que a qualidade caia ainda mais, pois a redução nos valores dos contratos de serviços terceirizados tem sido frequente na Petrobrás. De acordo com a gestão da Repar, todas as alterações são de orientação nutricional, mas é evidente a enorme insatisfação com as condições dos alimentos servidos.
No antigo contrato eram percebidas constantemente irregularidades, como no descumprimento de duas opções de carne. Em algumas vezes a terceirizada substituía uma das alternativas por ravióli, que possui quantidade irrisória de proteína anima. Reclamações frequentes sobre a condição das carnes, ora dura ou gordurosa, outrora salgada demais, também eram frequentes. Até as frutas eram servidas sem condições de consumo.
Nas copas, a reposição é precária e os operadores acabam se alimentando das sobras do refeitório. Por isso, por várias vezes os turneiros pediam pizzas e outros lanches durante a jornada de trabalho. No horário administrativo, quem tem condições financeiras acaba almoçando no CEPE ou em restaurantes próximos à refinaria.
Um dos argumentos da gestão da Repar sobre a limitação de proteína animal no novo contrato e o combate ao desperdício. Porém, segundo denúncias ao Sindicato, a comida muitas vezes está tão ruim que é deixada no prato.
Apesar de simbólico, o “marmitaço” teve grande repercussão entre os trabalhadores e serve como forte argumento em prol da melhoria da alimentação, um dos temas que estará em negociação na próxima reunião de pauta local com a Repar, a ser realizada no próximo dia 16.
Reuniões de Pauta Local da Repar
Nos próximos dias 16 e 21 acontecem reuniões de negociação da pauta local da Repar. Na primeira ocasião, além da questão da alimentação, estarão em discussão a Gestão de Mudanças (GM) de todos os trabalhadores impactados pelo O&M (Organização, Sistemas e Métodos), partida das unidades de HRC e Coque, irregularidades no tratamento de férias de trabalhadores do Coque e os acidentes envolvendo abelhas e queda na barragem.
Já no dia 21 estarão em pauta a continuidade da GM de trabalhadores acometidos pelo O&M e a NR-20: cursos, pendências de treinamentos e certificados.
Fonte: Sindipetro-PR/SC