Marcha da Educação: CUT cobra do governo 10% do PIB para educação e regulamentação da 151

Sindicalistas cobram maior investimento do governo em encontro com ministro Gilberto Carvalho





 CUT

Enquanto milhares de professores de todo o Brasil acompanhavam a Marcha pela Educação, que está sendo realizada nesta quarta-feira, 26, em Brasília, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, recebia uma comissão de dirigentes sindicais CUTistas para discutir as reivindicações da categoria.

Os presidentes da CUT, Artur Henrique, e da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação), Roberto Leão, entregaram ao ministro um abaixo-assinado pela bandeira dos 10% do PIB na educação, com 140 mil assinaturas coletadas no país inteiro.

Leão informou ao ministro que, nesta tarde, entregará aos deputados da Comissão de Educação da Câmara quatro pacotes contendo as assinaturas e disse a Gilberto Carvalho que “o governo precisa iniciar imediatamente um processo de valorização da educação”.

O dirigente relatou os problemas que estão ocorrendo nos estados por conta da não implantação da Lei do Piso, e pediu que o governo agisse para acabar com a marginalização sofrida pela categoria. “Tudo isso acontece por falta de regulamentação da Convenção 151 da OIT, que regulamenta a negociação coletiva dos servidores”, concluiu Leão.

O presidente da CUT também ressaltou a necessidade do governo federal tomar medidas para resolver o impasse que envolve a regulamentação da 151.

“É preciso fazer um esforço neste sentido. Depois de dois anos de debate no Ministério do Planejamento, chegamos a um consenso – a CUT e as demais centrais sindicais -, fechamos uma proposta, mas algumas centrais voltaram atrás porque queriam discutir imposto sindical e unicidade sindical no setor público e formaram outro grupo no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego para discutir o mesmo tema. É claro que fecharam uma proposta diferente,” explicou Artur Henrique.

Segundo ele, esta atitude dos sindicalistas contrários a proposta fechada depois de mais de 24 meses de debate, “é uma tentativa de inviabilizar a regulamentação. E o governo tem que priorizar a regulamentação da 151, deixando claro qual a sua posição”.

Pedro Armengol, da executiva da CUT, que também participou da reunião no Palácio do Planalto, ratificou as falas de Leão e Artur. Para ele, “o governo tem mesmo de arbitrar politicamente a questão” e acabar com o oportunismo de algumas centrais sindicais que querem descontar imposto sindical dos servidores públicos federais e estaduais já que, estatutariamente, eles nunca conseguiram descontar.

O governo tem de chamar os representantes dos ministérios do Trabalho e do Planejamento e fazer uma proposta única, que garanta os princípios da 151, pediram os dirigentes.

O ministro disse que levaria à presidente Dilma Rousseff todas as reivindicações dos sindicalistas com relação a regulamentação da 151 e pelos 10% do PIB na educação.