Centrais sindicais entregaram a pauta dos trabalhadores ao Congresso Nacional. Pediram pressa na apreciação do projeto de redução da jornada
A 6ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora reuniu 50 mil pessoas, em Brasília, nesta quarta-feira (11), em defesa de um novo marco regulatório para o pré-sal, de uma política de valorização do salário mínimo, redução da jornada de trabalho, direitos trabalhistas, e direito à greve no serviço público, entre outros temas defendidos pelas centrais sindicais.
De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos, a Marcha de 2009 ficará marcada pela intensa participação dos trabalhadores. Só da CUT, o dirigente estima que estiveram em Brasília 32 mil pessoas de todo o país. “Essa marcha foi muito mais participativa e confirma os resultados positivos das marchas”, avalia.
“Começamos na 1ª Marcha lutando pela valorização do salário mínimo, que foi aprovada pelo governo. Levantamos a bandeira da ratificação das Convenções da OIT e a 151 recebeu parecer favorável na Câmara, agora nossa mobilização é pela redução da jornada”, afirma Santos.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, “as marchas da classe trabalhadora garantiram importantes avanços como a política de valorização do salário mínimo. Entretanto, é preciso transformá-la em lei para manter esse direito independente do governo que esteja no poder”.
Às 12 horas, enquanto a marcha percorria as ruas de Brasília em direção à Esplanada dos Ministérios, os presidentes das centrais sindicais se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para entregar a pauta de reivindicações da classe trabalhadora. Os sindicalistas pediram principalmente rapidez no processo de discussão e votação do projeto de redução da jornada de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários. De acordo com Santos, Temer se comprometeu a criar uma comissão para conversar com as centrais e discutir o tema.
A CUT continua as atividades em Brasília com uma manifestação, nesta tarde, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o interdito proibitório e contra a criminalização dos movimentos sociais.
Segundo Santos, as centrais participam, ainda nesta quarta, de audiência com o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e aguardam agenda com o presidente Lula.
Colaboraram Elisângela Cordeiro e Isaías Dalle, direto de Brasília