A Associação de Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (AFBNDES) convocou para esta quarta-feira (19), às 11h, uma manifestação na sede do banco estatal, localizada no centro do Rio de Janeiro (RJ).
O objetivo é denunciar a proposta do novo relatório da reforma da Previdência, de autoria do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que prevê o fim dos repasses do PIS e Pasep para o BNDES.
O protesto dos trabalhadores denuncia a desconstrução da instituição através da medida que pode acabar com sua principal fonte de financiamento, e acontece em meio a demissões na direção do banco público.
A manifestação foi marcada antes de Joaquim Levy deixar o cargo do banco, neste domingo (16). Apesar de divergências com a gestão de Levy, a AFBNDES defendeu em nota que o ex-presidente da instituição “nunca apoiou ou defendeu fantasias e calúnias que o presidente da República, sempre saudoso da campanha eleitoral, insiste em declarar sobre o BNDES”.
O presidente Jair Bolsonaro [PSL] coleciona declarações atacando Levy e o BNDES. Bolsonaro tem prometido abrir a “caixa-preta” do banco desde a campanha eleitoral. No dia 15, o mandatário disse que Levy estava com a “cabeça a prêmio” e que seria demitido caso não demitisse o advogado Marcos Barbosa Pinto, nomeado para a diretoria de Mercado de Capitais, do BNDES.
O descontentamento do presidente é motivado pela participação do advogado na administração do banco durante os mandatos petistas. No mesmo dia das declarações, Pinto se demitiu, e no dia seguinte, foi a vez de Levy pedir para sair.
De acordo com a AFBNDES, a pressão do ministério da Economia pela devolução dos aportes ao Tesouro Nacional também parece ter fragilizado Levy. A Associação aponta que “resistências foram comuns a todos os últimos presidentes do BNDES que tiveram que providenciar tais devoluções. São executivos e técnicos do Banco que colocam seus CPFs em risco com essas demanda”
Em entrevista ao Estado de S. Paulo, em março, Paulo Guedes afirmou que o banco deveria devolver R$ 126 bilhões dos recursos tomados com o Tesouro Nacional.
A manifestação deve contar com a participação de cinco ex-presidentes do BNDES. São eles Dyogo de Oliveira (abril de 2018 a janeiro de 2019), Paulo Rabello de Castro (maio de 2017 a abril de 2018), Luciano Coutinho (2007 a 2016), Luiz Carlos Mendonça de Barros (1995 a 1998) e André Franco Montoro Filho (1985 e 1986).
[Com informações do Brasil de Fato]