FUP
O operador de trator Alderir Francisco da Silva, 57 anos, é a mais recente vítima da política de insegurança que tem matado e mutilado trabalhadores no Sistema Petrobrás. Ele perdeu a vida em um acidente ocorrido na segunda, dia 27, em um campo de produção terrestre no Rio Grande do Norte. Segundo nota da Petrobrás, o trabalhador era contratado pela empresa Geokinetics Geophysical do Brasil e foi vítima de um acidente “durante o serviço de topografia para aquisição sísmica na região de Riacho da Forquilha”, zona rural do município de Apodi.
Segundo apurou o Sindipetro-RN, através do blog “Sentinelas do Apodi”, o trabalhador teria sido “atropelado pela máquina quando desceu para fazer um ajuste na esteira, com ela ainda em funcionamento. A máquina se deslocou e passou por cima da vítima, parando apenas quando bateu na barreira da pista”. O sindicato reivindicou participação na comissão que irá apurar as causas do acidente.
Alderir Francisco é a quinta vítima fatal de acidentes de trabalho ocorridos na Petrobrás esse ano. Assim como ele, todos as outros quatro trabalhadores mortos eram terceirizados. Desde 1995, quando a FUP criou um banco de dados com os acidentes fatais comunicados pelos sindicatos e pela empresa, já foram registrados 316 óbitos de petroleiros vítimas de uma política de SMS que nunca priorizou a vida dos trabalhadores. Para a maior parte dos gestores da Petrobrás, a produção e o lucro estão sempre em primeiro lugar, mesmo que isso implique em colocar em risco a saúde e a segurança dos petroleiros. Uma realidade que é ainda mais cruel, quando se trata de trabalhadores terceirizados, que hoje representam mais que o triplo dos efetivos próprios da empresa.