Anacélie de Assis Azevedo é diretora do Sindipetro-PR/SC e coordenadora do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP
É época de constituição de chapas na luta por renovação das direções sindicais. Uma tarefa incessante para os diretores dos Sindicatos Fupistas, que trabalham há tempos para incluir em suas chapas representações de mulheres.
O Coletivo de Mulheres Petroleiras da FUP chamou a atenção das diretorias sobre essa necessidade em várias oportunidades. Muitos debates foram realizados e todos se mostraram dispostos a trabalhar para aumentar a participação das mulheres petroleiras nos sindicatos.
É importante lembrar que nos nossos sindicatos existem poucas representações de mulheres e alguns não possuem sequer uma diretora. Porém, vários sindicatos estão trabalhando muito para mudar esse quadro, inclusive, estabelecendo cotas internas de até 30% de representação feminina.
Um grande avanço, fruto da luta histórica das mulheres e da importância que os companheiros dão para romper a injustiça social que afeta as trabalhadoras há séculos!
Definitivamente, essa não é uma tarefa fácil. A dificuldade de renovação e representação nos sindicatos está muito ligada à falta de tempo, cada vez mais escasso nesse mundo moderno. Assim acontece com os jovens, que muitas vezes estudam e, principalmente, as mulheres que ainda têm o agravante da baixa representação nas bases.
A Petrobrás tem cerca de 16% de mulheres trabalhadoras em seus efetivos próprios. Ainda são muitas as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em seu dia a dia, como a ausência de compartilhamento das atividades domésticas, a sobrecarga das responsabilidades sobre pais e filhos… Sem falar no sexismo estabelecido em nossa cultura, com pensamentos que ainda estão entranhados no seio da sociedade, tipo “lugar de mulher é no fogão”. O que dizer então do machismo enfrentado nas relações íntimas, quando muitas vezes os companheiros não apoiam a atividade sindical por pensarem que é um ambiente muito masculinizado?
Por tudo isso, homens e mulheres fupistas, o Coletivo de Mulheres Petroleiras da FUP conclama a todas e todos para se empenharem cada vez mais para que possamos avançar nesse árduo processo de inclusão das mulheres nas nossas organizações. Só assim, iremos consolidar os avanços pelos quais lutamos em todas as esferas, rumo a um Brasil mais justo para todos e todas.