MAB
Nesta quinta-feira (27), o MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens -, juntamente com a Plataforma Operária e Camponesa para Energia, realizou um debate público para a discussão do modelo energético brasileiro. O evento teve início às 9 horas da manhã e aconteceu no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Primeiramente a mesa foi ocupada por integrantes de diversas organizações que fizeram falas de apoio ao MAB, à iniciativa do seminário e também a importância da discussão dessa temática da energia. Membros do MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores, Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Movimento Camponês Popular, representantes da Fundação Banco do Brasil e Ministério do Meio Ambiente estavam presentes.
Em um segundo momento, membros de organizações populares e ligadas ao setor elétrico comentaram a conjuntura de diversos setores ligados ao tema. Joceli Andreoli, coordenador do MAB, fez uma análise de conjuntura e expôs dados pra chegar à explicação do ‘golpe das empresas de energia’ e a importância de ser instituída a PNAB – Política Nacional dos Atingidos por Barragens. “O ex presidente Lula afirmou que o Estado brasileiro tem uma dívida com os atingidos. O relatório da comissão especial do CDDPH afirmou que existe de maneira recorrente violação dos direitos humanos das populações atingidas pelas barragens Mas isso de nada adianta se não temos ainda uma Política Nacional de Direitos específica para os atingidos”.
Jeová de Oliveira, do STIU – DF, representando a FNU – Federação Nacional dos Urbanitários. Citou a grande dívida que o Brasil tem com os atingidos e que essa não deve ser somente paga com indenizações, mas com políticas que evitem esse tipo de exploração no futuro. Além disso, apresentou um histórico da catergoria dos trabalhadores eletricitários, no qual deixou clara a exploração a qual esses trabalhadores passaram e passam no Brasil, com ciclos frequentes de demissões. Apesar disso, ressaltou as grandes greves dos trabalhadores no setor e a necessidade de uma aliança dos operários e atingidos para o projeto popular de energia, através da Plataforma Operária e Camponesa da Energia.
João Moraes, Coordenador da FUP – Federação Única dos Petroleiros –, finalizou a exposição demonstrando a importância do setor de produção de gás e petróleo na discussão. Destacou que essas são as mais importantes fontes de energia hoje e ganhará ainda mais proporção com a exploração do pré sal. O sindicalista também chama a atenção para a necessidade de discussão pública do assunto. “A questão energética só vai mudar quando o povo brasileiro discutir como fazem os membros do MAB, não só atingidos pelo setor”.
Tanto Jeová quanto o representante da FUP denunciaram a quantidade de trabalhadores terceirizados e sub-contratados das inúmeras empresas do setor no Brasil. Segundo eles, essa é um tema muito importante pela situação precária a qual o trabalhador fica exposto, sem garantias de direitos e qualidade de trabalho.
Também a deputada federal de Santa Catarina Luci Shoinaski, a deputada federal do Distrito Federal Erika kokai, o deputado federal do Rio de Janeiro Chico Alencar intercalaram mensagens de motivação e apoio durante a atividade.
Ao fim, ficou a palavra livre aos atingidos/as por barragens e militantes de outras organizações manifestarem sua opinião e indignação com o que esta ocorrendo, no golpe das tarifas de energia e falta de vontade política dos governos em atender as demandas dos atingidos. Fizeram falas expondo a situação das regiões de onde vieram, afirmando a mensagens da importância da luta conjunta dos trabalhadores.
O seminário dá continuidade a uma série de atividades conduzida pelo MAB na capital federal.