Luta por empoderamento e igualdade de direitos marca o II Encontro de Mulheres Petroleiras da FUP

Com informações do Sindipetro-BA

A busca pela igualdade de direitos entre homens e mulheres e a necessidade urgente de garantir cada vez mais a participação das mulheres nas esferas de poder e espaços de representação. Estes temas estiveram presentes nos debates travados durante o II Encontro Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP, realizado em Salvador, de 25 a 27 de abril, no auditório do Sindipetro Bahia.

Com cerca de 80 pessoas inscritas, o evento contou com mulheres petroleiras dos sindipetros de São Paulo,   Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Caxias, Bahia. Além dos sindiquimicas do Paraná e Bahia. Diversos homens também prestigiam o Encontro. Os participantes reafirmaram a defesa da Petrobrás e  repudiaram a tentativa de uso da estatal na campanha eleitoral.

A abertura do evento contou com uma mesa bastante representativa, composta principalmente por mulheres, da CUT nacional, CTB nacional, CNQ, FUP, CUT Bahia, CTB Bahia Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras, Sindipetro Bahia e a Secretaria de Política para Mulheres do Governo do Estado da Bahia.

O coordenador da FUP, João Antonio de Moraes, afirmou que o “machismo e o patriarcado são os pilares que oprimem a sociedade”. Na opinião dele, para que a luta pelos direitos das mulheres avance ainda mais “os homens precisam compreender e participar dela.”  O coordenador do Sindipetro Bahia, Paulo Cesar Martin,  lembrou que “houve avanço na representação de mulheres no Sindipetro Bahia, que elegeu uma nova diretoria composta por 14% de mulheres, o mesmo percentual de trabalhadoras petroleiras no estado”.

Anacélie Azevedo, coordenadora do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP, vê de forma positiva o avanço, ainda que tímido, da participação das mulheres nos sindicatos e afirma que a luta é “para construir e garantir a cota das mulheres nos sindicatos de todo o Brasil.” Já Rosângela Maria, coordenadora do Coletivo Regional de Mulheres Petroleiras (Bahia),  afirmou ser “uma honra para a Bahia sediar evento tão importante que é mais um passo para a construção, fortificação e empoderamento da mulher, nos espaços de representação e na sociedade, seja ela petroleira ou não.”      

A banda de percussão Didá, composta só por mulheres, fechou com muita alegria, descontração e confraternização, o primeiro dia do Encontro.

Reforma política e as eleições 2014

O segundo dia do encontro  foi aberto com uma mesa redonda  sobre a reforma política e as eleições 2014, que gerou discussões acaloradas, debates e depoimentos de muitas mulheres. A palestrante, Laisy Moriére, da Secretaria das Mulheres Nacional do PT, disse que a população  brasileira é composta em sua maioria por mulheres –  51%. Destas mulheres, 37.5% são chefes de família, mas mesmo assim continuam a ganhar salários menores do que os dos  homens e a ocupar poucos espaços nas esferas públicas e sindicais. Para ela as mulheres precisam despertar, compreender e fazer a política.

Ao debater “Os Caminhos da Emancipação Feminina no Brasil e as Políticas de Cotas, a secretária da mulher trabalhadora da CUT nacional, Rosane da Silva, fez um relato histórico da luta das mulheres pelo respeito às suas decisões e ocupação de espaço. Rosane citou a luta pela discriminalização do aborto e a política de cotas, que vem proporcionando a ampliação, mesmo que lenta, da participação das mulheres nas instâncias sindicais. Ivania Pereira, da CTB nacional, ressaltou que as mulheres devem exigir o cumprimento das cotas em todos os encontros, reuniões e congressos.

O segundo dia do evento foi encerrado com  a palestra da economista Marilane Teixeira, que falou sobre o compartilhamento doméstico. Para ela é preciso  trazer para uma dimensão real o  significado das tarefas  executadas pelas mulheres. Marilane fez uma análise histórica, enfatizando a produção econômica e reprodução social  e concluiu afirmando que “se não fosse o trabalho gratuito doméstico, acentuado pelo capitalismo, a produção econômica não avançaria.”

Riscos do HPV

No último dia do II Encontro das Mulheres Fupistas, a médica e professora da UFBa, Nilma Antas Neves, alertou sobre os riscos do HPV e da necessidade crescente da prevenção. Nilma é também presidente da Comissão de Vacinas da Febrasgo. Ela explicou aos participantes, inclusive muitos homens, que cerca de 80% das mulheres, alguma vez na vida, já entraram em contato com a doença, mas nem todas desenvolveram a lesão. Tratado como o grande vilão do câncer de colo de útero, o HPV também pode trazer consequências severas para o homem, como a amputação do pênis. 

"No Brasil, são amputados mil pênis por ano por causa da HPV", esclarece a médica, que alertou para a necessidade da vacina, que deve ser tomada em qualquer idade.  

Defesa da Petrobrás

As mulheres fupistas, assim como todo o movimento sindical petroleiro representado no Encontro, repudiaram a campanha de setores da mídia nacional contra a Petrobrás – patrimônio do povo brasileiro – e convocaram a sociedade organizada para o combate àqueles que pretendem fazer palanque eleitoral usando a estatal.

Resoluções

A Resolução final do II Encontro Nacional das Mulheres Fupistas será divulgada na segunda (28) e entre as deliberações estão a proposta de criação da Secretaria das Mulheres na FUP, a urgente implantação da política de cotas nas direções dos sindicatos, produção de uma revista para divulgação das ações do Coletivo Nacional, a busca pela igualdade de direitos entre homens e mulheres e a necessidade urgente de garantir cada vez mais a participação das mulheres nas esferas de poder e espaços de representação.

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