Lugar de mulher é na luta!

A eleição de Dilma é um marco no centenário do Dia Internacional da Mulher, mas ainda há muito o que se conquistar





Imprensa da FUP

No ano em as trabalhadoras celebram o centenário do Dia Internacional da Mulher (08/03), as brasileiras, mais do que nunca, vão à luta por igualdade de direitos, salários e representação política. Pela primeira na história, uma mulher foi eleita presidenta da República e anuncia como uma das prioridades de seu governo implementar políticas públicas para que mulheres de todas as classes sociais do país possam ter igualdade de oportunidades. Construção de creches, linhas especiais de crédito para mulheres, ações interministeriais de combate à violência e formalização do trabalho doméstico são algumas das medidas que a presidenta Dilma Rousseff vem anunciando nas entrevistas e programas de TV e rádio que tem participado em função do mês da mulher.

As trabalhadoras do campo e da cidade, assim como as estudantes e donas de casa reconhecem a importância histórica da eleição da primeira mulher para a Presidência da República, mas sabem que é na luta que se avança. Por isso, o mês de março será novamente marcado por mobilizações, marchas, passeatas e debates que visam fortalecer a organização e a luta das mulheres por autonomia e igualdade. A CUT lançou a campanha “Igualdade de Oportunidades na vida, no Trabalho e no Movimento Sindical”, que tem por objetivo denunciar as discriminações e avançar nas reivindicações de políticas públicas e na luta contra a violência e o sexismo.

Combater as desigualdades

Apesar dos avanços das últimas décadas, as mulheres brasileiras ainda são tratadas de forma discriminatória no mercado de trabalho. Mesmo com maior escolaridade e com uma carga horária superior à dos homens, as trabalhadores brasileiras recebem, em média, 75% do valor pago aos homens para o desempenho das mesmas funções. Quase 70% das jovens entre 16 e 24 anos trabalham na informalidade. Além disso, as mulheres representam 80% entre o total de brasileiros sem acesso à renda. Nos cargos de chefia, a discriminação também é evidente: pesquisas apontam que menos de 30% destas funções são executadas por mulheres. No campo, a situação é semelhante: não chega a 15% o número de propriedades registradas em nome de mulheres. A violência é outro problema crônico que ainda está longe de ser resolvido. Mesmo com os avanços da Lei Maria da Penha, pesquisas revelam que a cada dois minutos, cinco mulheres são espancadas no Brasil.

Sem dúvida alguma, a eleição de Dilma consolida o avanço das lutas das mulheres no século 20, mas ainda há muito que se conquistar no Brasil e no mundo. Mais do que nunca, lugar de mulher é na luta!