Lançamento da “Privataria Tucana”, no Rio de Janeiro, vira ato de protesto contra privatizações

CPI da Privataria ganha apoio de movimentos sociais no Rio de Janeiro.

Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro

O lançamento do livro A Privataria  Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., realizado na última quarta-feira (18), no auditório do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, foi um ato de protesto contra as privatizações do governo FHC. O conteúdo da obra é uma comprovação de tudo que o movimento sindical, especialmente a CUT, denunciou nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1994/2002). O evento é o primeiro do projeto do Sindicato Bancários em Debate, que pretende trazer temas políticos, econômicos e culturais para a categoria.  

Propinoduto

Em 340 páginas de textos, o premiado jornalista reproduz documentos confidenciais, contratos de empresas de paraísos fiscais (offshores) e apresenta denúncias que envolvem principalmente o então ministro do Planejamento do governo FHC, José Serra, sua filha Verônica, seu genro, o corretor Alexandre Bourgeois, o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira e outros políticos do PSDB, por remessas de volumosos montantes de dólares para ilhas fiscais do Caribe. As transações foram feitas durante a venda de estatais importantes como a CSN, a Vale, Embratel e tantas outras. Na época, o governo ameaçou, mas não conseguiu vender o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. 

Emoção

Em sua intervenção, o autor se disse emocionado, lembrando que a cada lançamento que faz vê manifestações de indignação dos mais variados tipos de pessoas, vítimas do processo de privatização das estatais. Veículos sindicais e de associações, blogs, revistas e jornais vêm pautando entrevistas com Amaury Ribeiro Jr. em suas edições, tal a repercussão positiva de seu livro entre os trabalhadores.

CPI

Presente ao lançamento do livro, também compondo a mesa, o deputado federal Protógenes Queiroz (PCB/SP) lembrou o lançamento da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as Privatizações. Ele protocolou a CPI no último dia 21 de dezembro, com 206 assinaturas, 185 delas confirmadas. Para ele, a CPI das Privatizações já nasceu com muita força, a começar pelo número que supera o mínimo oficial de 171.

Banerj

Já o deputado estadual Gilberto Palmares (PT/RJ), egresso do setor de comunicações (Sintel), um dos mais atingidos pela privataria tucana, destacou que a luta contra a entrega das estatais não acabou.

A ex-presidente do Sindicato Fernanda Carísio lembrou a luta dos bancários contra a entrega do Banerj (promovida pelo governo do tucano Marcello Alencar), além do Banespa e Meridional, uma história que não pode ser esquecida.  

O presidente do Sindicato, Almir Aguiar, disse que a mobilização dos trabalhadores é fundamental para que a CPI das Privatizações seja aprovada no Congresso Nacional e não se vire mais uma pizza da política nacional.