Jornada de Lutas pela educação: Edson Luís, presente!


Nos marcos dos 40 anos do assassinato do estudante Edson Luis, várias entidades do movimento social convocaram para o mês de março uma Jornada de Lutas pela educação. Esta é uma grande oportunidade para UNE e o movimento estudantil apresentar à sociedade as bandeiras que defendemos para a universidade brasileira.

Uma pauta ofensiva que sistematize o conjunto de reivindicações e formulações do movimento de educação em defesa de uma Universidade Democrática e Popular.

O tempo da conciliação com a mercantilização da educação tem que acabar! É também tarefa desta jornada de lutas articular uma plataforma de fortalecimento da Universidade Pública, que localize o seu papel na sociedade e enfrente pautas importantes como acesso e permanência, financiamento, reforma pedagógica e curricular, democracia e regulamentação do ensino privado.

Trata-se de articular uma política que se contraponha a atual hegemonia do privado sobre o publico na Universidade Brasileira, manifestada tanto na expansão de matrículas e instituições pagas quanto nas tentativas de desnacionalização do ensino superior e de privatização interna da universidade pública, tão bem representada pela atuação das fundações privadas "ditas" de apoio.

Além disso, devemos reafirmar a luta pela derrubada dos vetos ao Plano Nacional de Educação, que prevê entre outras questões, a ampliação das verbas para a educação brasileira. E para elevarmos para pelo menos 7% do PIB o investimento em educação, devemos também lutar por mudanças na condução da política econômica do governo federal, ainda fortemente influenciada pelo receituário conservador.

A luta por mudanças estruturais para a universidade brasileira se insere num programa maior de reformas democráticas e populares. Um programa que tem pautas fundamentais como a reforma urbana, a reforma agrária, a reforma da educação, a democratização da comunicação social, a reforma política, a reforma do sistema financeiro e a reforma do Estado.

Esse programa de reformas democráticas e populares deve impulsionar campanhas de massas que envolvam amplamente os movimentos sociais e os setores populares. Essas campanhas são fundamentais para superarmos a postura defensiva que por vezes pautou a ação da UNE e de outros movimentos sociais no último período. Também por isso, defendemos como fundamental a articulação dos setores que defendem a unidade (e não a divisão) do movimento social contra o neoliberalismo, motivo pelo qual espaços como a Coordenação dos Movimentos Sociais e o Fórum Nacional em defesa da Escola Pública devem ser valorizados.

É com essa disposição que devemos, estudantes e trabalhadores, enfrentar nos próximos dias os setores conservadores do país, que tentam a todo custo impor seus interesses em detrimento dos direitos da maioria da sociedade. Enfrentamento esse que se dará também em São Paulo, no próximo dia 26, quando os movimentos sociais sairão às ruas contra a privatização da CESP, conduzida pelo governo Serra.

Também ocuparemos no dia 28 de março as ruas do Rio de Janeiro, e de tantas outras cidades e universidades do país, em memória ao assassinato do estudante Edson Luís pela ditadura militar em 1968, num momento em que a repressão tirava não só a vida de um estudante, mas também tentava calar a voz de toda uma geração. Quarenta anos depois, outros tantos jovens e estudantes continuam empunhando muitas daquelas bandeiras de ontem, como a defesa de uma Universidade Democrática e Popular e a luta por uma América Latina Livre e o início de uma nova época na história do Brasil.

Edson Luis, Presente!

Por uma Universidade Democrática e Popular !