Jornada de luta mobiliza petroleiros e camponeses contra a privatização da energia

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FUP

Considerada pela FUP como a maior jornada de lutas dos últimos tempos em defesa da soberania energética, as mobilizações contra a 11ª Rodada envolveu petroleiros e trabalhadores rurais em diversas ações conjuntas nas principais capitais do país. Mesmo com toda a resistência dos movimentos sociais e a despeito do imenso prejuízo à nação, o governo concluiu em um dia a rodada de licitação, arrecadando R$ 2,8 bilhões em bônus de assinatura para um patrimônio que pode valer mais de três trilhões de dólares. Dos 289 blocos ofertados pela ANP, 142 foram arrematados por 30 empresas, das quais 18 multinacionais.

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Além de cobrar a suspensão do leilão que entregou às empresas privadas 35 milhões de barris de petróleo, os movimentos sociais também denunciaram a intenção do governo de colocar em licitação 12 usinas hidrelétricas e 23 pequenas centrais de distribuição de energia elétrica. “Temos uma tarefa árdua, que é sensibilizar a população brasileira sobre a importância da soberania energética. Precisamos tornar essa luta daqui pra frente em um trabalho de conscientização diário”, destacou José Maria Rangel, diretor da FUP, que foi eleito pelos trabalhadores para o CA da Petrobrás, cuja primeira reunião aconteceu na sexta-feira, 17.

Nas ruas, em defesa da soberania

09 de maio – Começa a jornada de lutas contra a privatização da energia, com um ato da FUP, Sindipetro Unificado-SP, e centrais sindicais no coração financeiro de São Paulo, em frente à sede da Petrobrás, na Avenida Paulista. No dia 03 de maio, a FUP e o Sindipetro-PR/SC ingressaram com Ação Civil Pública na Justiça Federal de Curitiba denunciando a inconstitucionalidade dos leilões de concessão e cobrando a suspensão imediata da 11ª Rodada.

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13 de maio – Na véspera  da 11ª Rodada, cerca de 600 manifestantes, entre petroleiros da FUP, trabalhadores rurais ligados ao MAB, MST e MCP e quilombolas ocuparam por quase 15 horas o Ministério das Minas e Energia, em Brasília. O governo, além de recusar-se a dialogar com os movimentos sociais, reprimiu a manifestação, com um violento ato de despejo, após uma liminar judicial. As lideranças percorreram o Congresso Nacional, divulgando carta assinada por mais de 50 entidades cobrando da presidenta Dilma Rousseff a suspensão dos leilões de petróleo, gás e energia elétrica. O documento foi lido no Plenário do Senado pelo senador Roberto Requião (PMDB/PR) e protocolado na Presidência da República. Paralelamente à mobilização em Brasília, os petroleiros realizaram atos em Curitiba e no Rio de Janeiro, onde os movimentos sociais ocuparam a ANP.

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14 de maio – Enquanto a ANP e o MME abriam a 11ª Rodada em um luxuoso hotel do Rio de Janeiro, comemorado a entrega do petróleo brasileiro, cerca de 400 manifestantes protestavam do lado de fora, defendendo a soberania nacional. Caravanas com petroleiros de São Paulo, Norte Fluminense, Duque de Caxias, Minas Gerais e Espírito Santo ocuparam durante toda a manhã a entrada do hotel, junto com militantes do MST, MAB, centrais sindicais, movimentos estudantis e outras organizações sociais. Do alto do carro de som, as entidades denunciavam o crime de lesa-pátria e condenavam o retrocesso do governo, após cinco anos de resistência dos movimentos sociais, que impediram a realização dos leilões de concessão. Houve também manifestações contra a 11ª Rodada em Belo Horizonte e em Natal, onde o Sindipetro-RN realizou um ato público, em frente à sede administrativa da Petrobrás.