Mulheres trabalhadoras rurais de todas as regiões do país estão mobilizadas em torno dos atos do 8 de março. Na manhã desta quarta-feira (7), cerca de 350 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Esmeralda, entre Lucianópolis e Duartina, no estado de São Paulo.
A fazenda foi citada nas delações de Ricardo Saud e Joesley Batista, no âmbito do inquérito que investiga irregularidades na elaboração da Medida Provisória 595, conhecida como a MP dos Portos. Saud e Joesley relataram conversas com o Deputado Paulinho da Força (SD), em que afirma que a Fazenda Esmeralda é de propriedade do presidente Michel Temer.
Em Maceió, no estado de Alagoas, as trabalhadoras sem-terra ocupam desde a manhã da terça-feira (6), o prédio da secretaria estadual de Agricultura, no centro da cidade e exigem uma audiência com o secretário.
Também em Maceió, as trabalhadoras ocuparam a sede da Eletrobras em protesto contra a proposta do governo de privatizar empresas públicas do setor de energia. Na manhã desta quarta-feira (7) mais de mil trabalhadoras fizeram uma marcha pelas ruas da capital alagoana.
Às 15h, em Belém, no Pará, as trabalhadoras rurais participam de uma sessão especial na Assembleia Legislativa pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres, com o tema “Pela Vida das Mulheres na Amazônia e pela Democracia. Nenhum Direito a Menos”.
Outros atos
Na segunda-feira (5), cerca de 200 mulheres sem terra ocuparam a fábrica de papel e celulose da Suzano, que fica na cidade de Mucuri, no sul da Bahia, para denunciar os danos ambientais causados pela fábrica com a monocultura do eucalipto e a pulverização aérea de agrotóxico na região.
Na terça-feira (6), a presidente Dilma Rousseff participou de uma conferência de mulheres trabalhadoras no Assentamento Capela, em Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul. Já no Paraná, aconteceu uma audiência pública sobre a violência contra a mulher no campo. O evento aconteceu na Assembleia Legislativa.
Em Florianópolis, no estado de Santa Catarina, cerca de 180 trabalhadoras ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como parte das mobilizações da Jornada Nacional de Luta das mulheres Sem Terra. As trabalhadoras reivindicaram a construção da Reforma Agrária Popular, com foco na luta pela democracia.
Dia 8
Em São Paulo, a caminhada do ato unificado do Dia Internacional de Luta das Mulheres traz o tema “Pela vida das mulheres, democracia e soberania! Temer sai, fica aposentadoria!” está com a concentração marcada para às 16h, na praça Oswaldo Cruz, na avenida Paulista. A caminhada até o escritório da Presidência da República deve começar às 18h.
Entre as principais denúncias do ato também estão os cortes em políticas de combate à violência, intervenção militar e entrega de bens comuns para transnacionais.
O ato é organizado por movimentos feministas, estudantis, de moradia, partidos e centrais sindicais que pautam o feminismo no estado de São Paulo.
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a marcha das trabalhadoras rurais vai acontecer pela manhã. A concentração começa às 7h30, na saída da rodoviária.
[Via Brasil de Fato]