Até o dia 05 de janeiro, foram registrados 525 casos de trabalhadores com suspeita de Covid-19 na Petrobrás. Destes, 264 foram confirmados e, até o momento, 20 petroleiros contaminados estão hospitalizados, oito deles internados em unidades de tratamento intensivo. As informações foram passadas à FUP na quarta-feira, 06, durante a primeira reunião do ano com o grupo de Estrutura Organizacional de Resposta da Petrobrás (EOR), responsável pelas ações de gestão relativas à pandemia da Covid-19 nas unidades da empresa.
Segundo a Petrobrás, 3.784 trabalhadores contraíram Covid-19 ao longo de 2020 e se recuperaram. A FUP tornou a cobrar a divulgação dos casos por unidades e questionou a empresa, mais uma vez, sobre a emissão de CATs e o reconhecimento do nexo causal para os petroleiros contaminados no ambiente de trabalho, como é o caso das plataformas, que estão tendo surtos consecutivos de Covid-19. A Petrobrás, no entanto, continua sem responder a essas demandas.
Outras cobranças feitas pela FUP foram a retestagem rotineira dos trabalhadores e o acompanhamento médico nos hotéis durante o pré-embarque para as unidades offshore. A empresa informou que a retestagem está sendo feita após 90 dias para os trabalhadores que apresentaram resultado positivo para Covid-19, o que foi questionado pela Federação, já que a testagem e a retestagem em massa são a melhor forma de prevenir a proliferação da doença, principalmente, nas plataformas, onde os casos estão explodindo.
Neste início de ano, pelo menos duas plataformas da Bacia de Campos – a P-61 e a P-35 – estão com surtos de Covid, como informou o Sindipetro-NF. Somam-se a isso as paradas de manutenção nas refinarias, que estão mobilizando milhares de trabalhadores nas unidades. A FUP, novamente, cobrou da Petrobrás máximo empenho e cuidado nas ações para contenção da pandemia.
Outro fato preocupante é a gestão da Petrobrás ter substituído os testes de RT-PCR pelos de antígeno. Segundo a empresa, a substituição foi feita de forma piloto em unidades do estado do Rio de Janeiro, como a Reduc, o GasLub e o Cenpes, e até o dia 20 de janeiro nos pré-embarques para as unidades offshore, por conta de problemas nos contratos com os laboratórios. A FUP criticou essa mudança sobre dois aspectos. Primeiro no que concerne ao descaso referente à manutenção e continuidade dos contratos para realização de testes no padrão ouro, aplicando-se o RT-PCR. Segundo, sobre a própria substituição em si, haja vista que o teste protocolar é o RT-PCR e que o Teste de Antígeno não reproduz a certeza de resultado, que possa estabelecer laudos confiáveis, sobre a condição do trabalhador, frente à possível contaminação pela COVID.
Durante a reunião, o Sindipetro-PR/SC denunciou o cerceamento por parte da gestão da Repar da participação do representante do Sindicato na reunião da CIPA, o que, além de descumprimento do ACT, é um caso preocupante, diante do avanço da pandemia nas unidades operacionais. Os representantes da Petrobrás informaram que irão buscar informações sobre o caso.
[Imprensa da FUP \ Foto: Tânia Rego/Agência Brasil]