Insegurança sem trégua coloca em risco a vida dos petroleiros e o meio ambiente

Imprensa da FUP

Na mesma semana em que a categoria relembrava um dos mais emblemáticos acidentes da indústria petrolífera – o afundamento da P-36, onde 11 trabalhadores morreram, a história por pouco não se repetiu. A SS-39, plataforma de perfuração semi-submersível da Queiroz Galvão, que presta serviços para a Petrobrás no Campo de Albacora, na Bacia de Campos, adernou após incêndio em uma de suas colunas. O fogo teria atingido um paiol de tintas que estava localizado dentro da coluna.  A água utilizada no combate ao incêndio provocou a inclinação da estrutura da plataforma, que chegou a adernar três graus no último dia 13.

Assim como a P-36, a plataforma estava lotada, com 102 trabalhadores a bordo, que, após o incêndio, perderam a comunicação com a base terrestre da Petrobrás.  Os 11 trabalhadores mortos na P-36 foram justamente os petroleiros da brigada de emergência, que desceram para combater um incêndio em uma das colunas, quando houve uma segunda explosão.

Segundo nota divulgada pela Petrobrás, ninguém se feriu no acidente com a SS-39. A empresa informou que a plataforma foi estabilizada e o poço automaticamente fechado para que não houvesse risco de vazamento. O Sindipetro-NF cobrou participação na comissão de investigação do acidente e questionou a existência de um paiol de material inflamável em uma das colunas da plataforma. 

Acidentes como este reforçam as denúncias da FUP e de seus sindicatos sobre as condições precárias de segurança nas unidades do Sistema Petrobrás, principalmente as plataformas. Em função das denúncias dos trabalhadores e do Sindipetro-NF, 13 plataformas da Bacia de Campos foram interditadas nos últimos anos.

Acidentes na Regap

A Regap, assim como outras refinarias da Petrobrás, tem sido vítima do descaso total das gerências com a segurança operacional e a vida dos trabalhadores. O Sindipetro-MG vem denunciando rotineiramente os incidentes e acidentes com válvulas, bombas e outros equipamentos que sofrem com a falta de manutenção adequada e os cortes de orçamento do Abastecimento. No último dia 07, um incêndio provocado pelo vazamento de RAT de uma das bombas só não causou um acidente de maior gravidade devido a ação rápida dos trabalhadores que debelaram o fogo.

Insegurança na Transpetro

Os sindicatos da FUP têm denunciado uma série de problemas de segurança nos terminais da Transpetro. É o caso do Terminal de Suape, em Pernambuco, onde uma trabalhadora sofreu sérias queimaduras durante explosão no laboratório da unidade, no Dia Internacional da Mulher. O Sindipetro-PE/PB vem relatando diversas irregularidades no terminal, como desrespeito às normas internas de segurança e à própria legislação. No terminal de Cabiúnas, a insegurança também tem sido constantemente denunciada pelo Sindipetro-NF. Recentemente, os terminais de São Sebastião, no Litoral Paulista, e de Osório, no Rio Grande do Sul, protagonizaram acidentes ambientais.