Insegurança na Petrobrás mata mais um trabalhador terceirizado

Só este ano, já somam 16 as mortes no Sistema Petrobrás.





Imprensa da FUP

Enquanto os gestores da Petrobrás seguem sem cumprir o que foi acordado com a FUP e sindicatos no Fórum Nacional de Práticas de SMS, realizado no dia 06 de setembro, mais um trabalhador perde a vida em acidente de trabalho na empresa. Só este ano, já somam 16 as mortes no Sistema Petrobrás, três delas ocorridas após a realização do Fórum. Segundo o Sindipetro-BA, a mais recente vítima desta política de insegurança que coloca em risco diariamente os petroleiros em todo o país foi o eletricista Antônio Carlos Oliveira, 57 anos, que deixa viúva e quatro filhos órfãos. Ele era contratado da Proen, empresa que presta serviços para a Petrobrás no campo de produção terrestre de Taquipe, na Bahia.

O acidente ocorreu no dia primeiro de novembro, mas as informações preliminares recebidas pelo Sindipetro-BA apontavam que o trabalhador havia sido vítima de ataque cardíaco. Somente após a realização da autópsia, descobriu-se que a causa da morte foi politraumatismo. Imagens da segurança patrimonial obtidas pelo sindicato revelam que o eletricista caiu de um tanque de água, com cerca de 17 metros de altura, ao tentar regular o nível da bóia. O Sindipetro-BA e o Siticcan (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial) já requisitaram participação na comissão de investigação do acidente.

Desde 1995, ocorreram no Sistema Petrobrás pelo menos 310 mortes por acidentes de trabalho, das quais 251 foram com trabalhadores terceirizados.
Para atenderem a qualquer custo as metas de produção, os gerentes Grabriecontinuam expondo diariamente os trabalhadores a diversas situações de risco. Através da “Operação Gabrielli”, a categoria está desafiando os gestores, provando para o presidente da empresa que os acidentes que já mataram 310 trabalhadores nos últimos 16 anos não foram por “indisciplina operacional”, como ele alegou no Fórum de SMS. As mortes, mutilações e subnotificações de acidentes na Petrobrás são resultado da falta de vontade política da empresa de se contrapor à cultura autoritária das gerências, que violam leis, atropelam acordos, descumprem normas internas e desprezam os alertas dos trabalhadores sobre a insegurança e os riscos a que são submetidos no dia a dia.