Insegurança na Petrobrás mata mais um trabalhador terceirizado

Pouco mais de um mês após o acidente fatal ocorrido na P-34, no Espírito Santo, outro petroleiro…







Imprensa da FUP

 

Pouco mais de um mês após o acidente fatal ocorrido na P-34, no Espírito Santo, outro petroleiro terceirizado perde a vida em consequência das condições inseguras de trabalho na Petrobrás. O acidente ocorreu nesta terça-feira, 10, pela manhã, no campo de produção do Canto do Amaro, no Rio Grande do Norte. Sanderson Targino, de apenas 28 anos, atuava como homem de área da Q&B Serviços, empresa que opera sondas para a Petrobrás, e sofreu traumatismo craniano, após ser atingido pelo comando de operação que soltou-se de uma sonda semi-automática (a SC-115). O trabalhador, que estava há apenas dois meses na empresa, sofreu um impacto na cabeça de cerca de uma tonelada e morreu a caminho do hospital. Há três anos, outro acidente ocorrido em unidade da Petrobrás matou um trabalhador da Q&B.

 

O Sindipetro-RN já indicou um representante para participar da comissão de investigação do acidente, que foi instalada pela Petrobrás. Essa é a segunda morte de trabalhador terceirizado ocorrida em 2009. Nos últimos dez anos, 165 petroleiros morreram em acidentes de trabalho na Petrobrás, dos quais 134 eram terceirizados. Ou seja, mais de 80% das vítimas de acidentes fatais ocorridos na empresa são de prestadores de serviço, cujas condições de trabalho estão muito aquém do que a Petrobrás pratica para seus trabalhadores próprios.

 

A FUP e seus sindicatos têm insistentemente cobrado mudanças estruturais nas políticas de terceirização e de segurança da estatal. A empresa, no entanto, continua sem priorizar as reivindicações dos trabalhadores e trata com descaso as denúncias feitas pelo movimento sindical. Ao se basear no enfoque comportamental (modelo de gestão de segurança totalmente ultrapassado e em desuso), a política de SMS da Petrobrás desconsidera o ambiente de trabalho, focando suas ações muito mais no marketing do que na prática. Sem falar que os gestores da empresa colocam a produção sempre à frente da segurança. Quantas mortes deverão ocorrer para que a direção da Petrobrás reveja de forma criteriosa a política de SMS da empresa, como cobram a FUP e os sindicatos?