Insegurança já interditou 38 plataformas da Petrobrás

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Em função das ações da FUP e de seus sindicatos, denunciando a insegurança crônica que coloca diariamente em risco os trabalhadores da indústria petrolífera, os órgãos fiscalizadores passaram a ter uma atuação mais ativa nos últimos anos. Em recentes reuniões com a ANP e o Ministro do Trabalho, a Federação cobrou maior fiscalização das condições operacionais e de trabalho no setor, onde nos últimos 20 anos, mais de 350 petroleiros morreram em acidentes de trabalho que, na grande maioria dos casos, poderiam ter sido evitados.

Segundo levantamento cobrado pela FUP à ANP, 38 plataformas e sondas marítimas foram interditadas entre agosto de 2010 e abril de 2015, devido à insegurança operacional. Entre os principais fatores que levaram a Agência a interditar as unidades estão descumprimento e não implementação das recomendações de análises de risco (muitas unidades sequer tinham realizado a análise); licenciamento ambiental irregular; deterioração de equipamentos por falta de manutenção; não garantia da integridade dos sistemas operacionais, entre outras situações que comprovam o quanto as operadoras de petróleo burlam a legislação e as normas de segurança.

O documento da ANP revela ainda que entre 2010 e 2013, as empresas do setor comunicaram à Agência 5.845 incidente e acidentes, sendo que 80% das ocorrências foram em unidades marítimas. A maioria delas referentes a vazamentos de petróleo, derivados e fluidos de perfuração; explosões e incêndios; paradas não programadas; blowout; abalroamento e adernamento.

Só este ano, a ANP já interditou 07 plataformas e sondas, entre elas a FPSO Cidade de São Mateus, onde 09 trabalhadores morreram durante explosão em fevereiro. A plataforma pertence à BW, que presta serviços para a Petrobrás. A comissão que investigou as causas do acidente isentou a multinacional de qualquer responsabilidade no caso, apesar dos depoimentos de trabalhadores terem atestado que o vazamento que causou a explosão era crônico e já ocorria há pelo menos um ano. Daí a importância de uma ação preventiva dos órgãos fiscalizadores, para evitar que acidentes como este continuem acontecendo.

Fonte: FUP