Insegurança continua: trabalhador morre atropelado na Repar

Foi a quinta morte ocorrida na Petrobrás em um período de 34 dias…





Imprensa da FUP

Menos de 48 horas após o Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida, mais um trabalhador terceirizado teve sua vida ceifada pela política de insegurança da Petrobrás. O operário Roni Roque, 43 anos, que atuava nas obras de ampliação da Repar, morreu atropelado dentro da refinaria por um ônibus que transportava trabalhadores. O acidente ocorreu no último dia 08, elevando para oito o número de vítimas este ano no Sistema Petrobrás. Foi a quinta morte ocorrida na empresa em um período de 34 dias! Em 2009, foram sete acidentes fatais.

Roni era contratado por uma empresa que presta serviços para o consórcio responsável pelas obras da Repar. Segundo o Sindipetro-PR/SC, a gerência da refinaria está tentando desqualificar o acidente, alegando que atropelamento ocorreu durante o percurso do trabalhador, cuja relação com a Petrobrás era de quarteirização. Além de tentar se redimir da responsabilidade que tem no acidente, a gerência da Repar não quer constituir a comissão de apuração, deixando o sindicato fora da investigação.

Este é mais um exemplo emblemático da pouca importância que a vida do trabalhador tem para os gestores da Petrobrás. O que mais importa para os gerentes da empresa são metas, indicadores, lucros e produção. Esta é a política de gestão que faz perpetuar a insegurança crônica no Sistema Petrobrás e que já causou a morte de 287 trabalhadores nos últimos 15 anos, dos quais 231 eram terceirizados.

Unidade da Rlam pega fogo durante protesto contra o SMS

Na manhã do dia 07, enquanto os trabalhadores próprios e terceirizados da Rlam e da Transpetro-BA protestavam contra a política de SMS, em um ato na rodovia de acesso à refinaria, uma unidade de processamento (U-18) incendiou, evidenciando a precarização das condições de trabalho e segurança, que a FUP e seus sindicatos tanto criticam. O acidente só não teve proporções trágicas porque a Brigada e a Segurança Industrial, mesmo com todas as dificuldades devido à redução de efetivos, conseguiram combater o fogo. 

O incêndio foi de grandes proporções e causou ferimentos leves em dois técnicos de segurança. Apesar da gravidade da ocorrência, a gerência não registrou o acidente com afastamento, em uma evidente tentativa de burlar e mascarar os indicadores de SMS. A Rlam tem sido palco de vários acidentes, inclusive o que causou a morte do maçariqueiro Eli da Silva, no início do ano, e graves queimaduras em outros três trabalhadores. Na própria U-18, onde ocorreu o incêndio, o sindicato denunciou uma série de omissões de procedimentos durante a parada geral para manutenção da unidade. É a condenável política do vale tudo, inclusive a vida, para manter as metas de produção e demais indicadores.