Ineep apresenta à governadora do RN impactos da saída da Petrobras do estado

 

O Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo (Ineep) apresentou para a governadora Fatima Bezerra um estudo sobre os impactos da estratégia da Petrobras para a região Nordeste e o estado do Rio Grande do Norte. Estiveram presentes, além da governadora, o secretariado estadual, a responsável pela companhia estadual de gás, representantes da Federação Única dos Petroleiros e do SindipetroRN. O senador Jean Paul Prates, que assumirá a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, também acompanhou a reunião.

FUP e SindipetroRN apresentaram uma campanha para estimular a permanência da Petrobras no estado, intitulada, “Pelo povo Potiguar a Petrobras fica no RN”.

O diretor-técnico do Ineep, William Nozaki, faz um resumo do cenário: “No Rio Grande do Norte, a Petrobras está se desfazendo de 34 campos terrestres, além de diminuir a capacidade de utilização da Refinaria Clara Camarão. Os terminais de Natal e Guamaré podem ser sucateados com a falta de investimentos da Transpetro, e os Gasodutos Gasfor, Nordestão, Termoaçu e Açu-Serra devem ser impactados com a diretriz de abertura do mercado de gás. Como se não bastasse, também há incertezas sobre o futuro da Termelétrica Vale do Açu”.

O estudo apresentado pelo Ineep mostrou como a diminuição das operações da Petrobras no Rio Grande do Norte tem impactado investimentos, arrecadação fiscal, emprego, salários e projetos socioambientais.

Segundo dados do Ineep, a Petrobras está abrindo mão de realizar cerca de R$ 4,2 bilhões em investimentos no estado, o que pode afetar mais de 100 mil postos de trabalho direta e indiretamente. “Em função dos desinvestimentos já realizados há maior rotatividade no mercado de trabalho e os salários de quem atua em áreas de apoio e serviços da cadeia de petróleo tem sofrido redução, em média, de mais de 20%”, exemplifica Nozaki.

A falta de investimentos em recuperação de campos maduros tem acelerado o declínio da produção e isso tem feito com que a região e o estado arrecadem menos royalties do que poderiam.

William Nozaki destaca ainda que o Rio Grande do Norte tem uma peculiaridade, o estado é autossuficiente em todos os derivados. No entanto, a abertura do mercado local está criando dependência de importações e encarecendo o preço dos combustíveis.

[Via Blog do Ineep]