A direção do Sindipetro Bahia esteve reunida na terça (20) com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), onde relatou os graves acidentes ocorridos na RLAM – o incêndio na quarta (14), sem feridos, e a explosão no domingo (18), que deixou três trabalhadores com graves lesões. Participaram do encontro a superintendente do SRTE, Isa Simões, e o chefe do setor de Segurança e Saúde do Trabalho, Flávio Nunes.
Segundo o coordenador geral do Sindipetro, Deyvid Bacelar, a reunião foi proveitosa e nela foi definida a ação de fiscalização na RLAM, ocorrida nesta quarta (21). O foco da denúncia do sindicato é a jornada extensiva de trabalho, a pressão demasiada de produtividade e as condições de insegurança, que expõem os trabalhadores a agentes químicos e cancerígenos, como benzeno. O diretor Gilson Sampaio também acompanhou a reunião na SRTE.
Na inspeção realizada na refinaria, a SRTE informou que dois auditores iniciaram a análise das causas da explosão e após o trabalho técnico farão um relatório sobre o assunto.
Também acionado pelo Sindipetro Bahia, o Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) instaurou inquérito civil público para apurar as causas da explosão. Conforme o órgão, o inquérito tem a função de identificar os erros na prevenção de acidentes, através do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou de uma Ação Judicial – Ação Civil Pública.
Saúde dos trabalhadores
Em boletim médico atualizado na tarde de terça (20) e informado pelo sindicato, o caldeireiro José Adailton, que tem o estado de saúde considerado mais grave, evolui de forma positiva. Ele teve 54% do corpo queimado, segundo o Hospital da Bahia. Em Candeias, a avaliação médica indicou 70% de queimaduras no corpo. Ele passou por cirurgia na perna porque sofreu fratura exposta na tíbia esquerda. Além disso, o caldeireiro alpinista foi submetido a uma cirurgia no pulmão e é acompanhado por um neurocirurgião.
Também internada no Hospital da Bahia, a observadora Jucineide de Jesus, que teve 15% do corpo queimado, inclusive a face, é acompanhada por especialista em queimaduras, um cirurgião plástico e um neurocirurgião. Ela sofreu traumatismo craniano.
Outro caldeireiro, Jonas Leal, que teve queimaduras em 30% do corpo, continua internado no Hospital de Medicina Humana, em Candeias.
A direção do sindicato continua atenta ao atendimento dos feridos, presta apoio e solidariedade aos familiares e continuará cobrando dos órgãos públicos atitudes enérgicas que obriguem a gerência da RLAM a observar os limites da segurança para a proteção dos trabalhadores.