Começou nesta quinta-feira, 27, o I Seminário Nacional de Comunicação da FUP, com a participação de jornalistas e dirigentes sindicais da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Norte Fluminense, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, além da participação de jornalistas da CUT nacional e da CUT-RJ.
O diretor de Comunicação da FUP, Francisco José, iniciou o seminário, ressaltando a importância deste encontro e afirmando que o movimento sindical e os jornalistas comunicadores de esquerda não podem parar de disputar os espaços de comunicação na internet. “Neste seminário, além de debatermos nossas demandas comunicacionais e análises de conjuntura política, também queremos discutir a criação de um coletivo nacional de comunicação petroleira e, construírmos juntos, uma agenda propositiva sobre este temário. Temos enfrentamentos diários para fazer e, a comunicação é um fator fundamental para a nossa política”. Finalizou Chico Zé.
Vitor Carvalho, da Executiva Nacional da CUT, saudou os participantes e afirmou que nos últimos anos, a Central Única dos Trabalhadores tem intensificado em suas pautas políticas, a disputa da hegemonia da comunicação. “Nós sindicalistas, às vezes, consideramos a comunicação como custo e não com investimento. A gente precisa se despir um pouco disso e, termos também, o entendimento de que comunicação é fundamental para tudo o que a gente faz, principalmente nas disputas de consciências.”, afirmou Vitor. O sindicalista também ressaltou que é urgente que se faça o debate sobre a utilização eficiente das mídias sociais dentro das direções sindicais e, sobre a valorização dos jornalistas dos departamentos de comunicação. Além disso, o sindicalista também citou a importância da parceria da FUP e seus sindicatos com o Brasil de Fato, que está sempre ao lado dos movimentos sociais e sindicais e que, na última disputa eleitoral, provou que é necessário falarmos para além da categoria petroleira.
José Reinaldo, editor do Portal Vermelho também compôs a mesa inicial do seminário, ressaltando a importância da intensificação dos debates de comunicação entre os movimentos populares. “Esta luta pertence ao campo da luta das ideias e, hoje, não há nada mais necessário nos embates que enfrentamos, do que a luta de ideia.” Reinaldo saudou a categoria petroleira e suas representações sindicais, citando a greve histórica dos petroleiros, realizada em plena ditadura civil do governo FHC. “Hoje, essa categoria está sob pressão novamente, em função dos ataques da mídia, fruto da irresponsabilidade de alguns, portanto, é preciso defender os trabalhadores da Petrobrás, que fazem parte de uma categoria aguerrida. Por este e outros motivos, estou muito honrado em estar aqui, fazendo esse debate com vocês”, afirmou.
O editor do Vermelho reafirmou a grande importância e necessidade da intensificação da disputa no campo das ideias. “Não tenho ilusões sobre a mídia que atua dentro de um sistema capitalista financeiro que anda de mãos dadas com as corporações de comunicação monopolistas que reproduzem as linhas editoriais das agências internacionais de noticias. Vivemos uma guerra midiática, que classifico até mesmo como um terrorismo midiático das nações imperialistas contra os governos progressistas. A luta contra o monopólio da mídia é também a luta contra o imperialismo”, ressaltou. Reinaldo finalizou sua fala, lembrando a importância do fortalecimento do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, pela expansão da banda larga para garantir que os meios de comunicação atuem de acordo com os interesses público e da sociedade. “A mídia alternativa e de resistência sempre existiu, o que é novo é essa revolução tecnológica, que tornou-se um instrumento precioso para todos nós”, concluiu.
Outro comunicador e militante que participa do primeiro debate do I Seminário de Comunicação da FUP é o Joaquim Piñero, da coordenação do MST e integrante Conselho Editorial do jornal Brasil de Fato. Joaquim saudou os comunicadores presentes e afirmou que os jornalistas sindicais e dos movimentos sociais fazem parte de da trincheira de lutadores por uma comunicação democrática no Brasil. “Nestes 30 anos do MST, consideramos a comunicação a nossa batalha mais importante, o nosso jornal Sem Terra tem 33 anos e surgiu antes do MST. A situação está cada vez mais difícil e complexa para a atuação dos movimentos sociais, diante do atual quadro político, com um congresso muito mais conservador. A direita saiu do armário e agora está nas ruas e nas redes sociais. Mais do que nunca hoje as forças sociais de esquerda precisam construir uma unidade para avançarmos nas lutas dos trabalhadores”, afirmou. Joaquim também citou as duas principais bandeiras de luta que podem construir a unidade entre movimentos e partidos: a reforma política (PLIP e Constituinte Exclusiva) e a democratização dos meios de comunicação. “Temos de pensar como vamos construir na prática essas disputas, saindo das nossas trincheiras para fazer essa comunicação para fora. Existem milhões de pessoas que não são sindicalizadas, que não são militantes, que não são politizadas, por isso, precisamos criar formas de ganharmos os corações e mentes dessa grande massa que não está inserida em nossas lutas diárias. Pra isso, a internet é um instrumento que já uma das nossas maiores aliadas e, precisamos aprender a utiliza-la, para assim fazer a comunicação com essa massa”, finalizou o militante.
Fonte: FUP