Helicóptero que caiu na Bacia de Campos passou por ocorrência grave há um mês

Sindipetro-NF chegou a noticiar o fato na edição 707 de seu boletim Nascente…





Sindipetro-NF

A aeronave da empresa Sênior prefixo SEK que caiu na última sexta-feira, 19, causando as mortes dos petroleiros Ricardo Leal de Oliveira e João Carlos Pereira da Silva, além dos tripulantes Rommel Oliveira Garcia e Lauro Pinto Haytzann, havia passado por ocorrência grave há apenas um mês, em 18 de julho.

Como registrou a edição 707 do boletim Nascente, que circulou em 21 de julho, petroleiros da plataforma P-27 passaram por grande susto quando a aeronave  realizou um pouso em condições anormais na unidade.

“Na segunda, 18,  um helicóptero da Senior Taxi Aéreo, prefixo SEK, do voo das 7 horas, que partiu o Heliporto de São Tomé com 12 passageiros para a P-27, realizou um pouso em condições perigosas na unidade”, registrou o boletim do sindicato.

Após o pouso, uma tentativa de decolar sem passageiros foi realizada, mas a trepidação forte não permitiu a operação. A tripulação abortou o retorno e uma equipe de manutenção embarcou na unidade.

Na época, a Petrobrás informou que foi identificado problema de "bleed valve" no helicóptero. A manutenção foi feita a borto e a aeronave retornou à base, de acordo com a empresa, "com todos os parâmetros normais". Após checagem em solo, o helicóptero foi novamente disponibilizado para voo.

A matéria registrou ainda que, “minimizando o perigo, a empresa atribui a apreensão dos trabalhadores ao “ruído diferente, muito alto” provocado pelo “stall de compressor”, em razão da oscilação de uma das turbinas, “o que geralmente assusta os passageiros”.

O Sindipetro-NF entende que os problemas técnicos que motivaram a ocorrência do último dia 18 podem não ter relação com as motivações da queda na última sexta, ainda em apuração. O caso evidencia, no entanto, a sucessão de situações de risco enfrentadas pelos petroleiros, a ponto de ocorrências distintas acometerem uma mesma aeronave em um curto espaço de tempo, sendo uma delas com consequencias trágicas.

Categoria e famílias sepultam seus mortos

A semana tem sido de dor e luto para toda a categoria petroleira, mas a consternação é ainda mais sentida entre as famílias dos trabalhadores mortos na queda do helicóptero Sênior PR-SEK na última sexta-feira. Na tarde da segunda, 22, houve muita comoção no sepultamento do petroleiro Ricardo Leal de Oliveira, no cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Rio das Ostras.
 Os pais de Ricardo, Itamar de Oliveira e Rosângela de Oliveira, afirmaram que querem uma explicação para a queda do helicóptero.

Os outros três trabalhadores, de cidades mais distantes, também tiveram os corpos liberados para sepultamento. As cerimônias aconteceram em São Paulo (Lauro Pinto Haytzann), Rio de Janeiro (Rommel Oliveira Garcia) e Belo Horizonte (João Carlos Pereira da Silva).