Os trabalhadores do Sistema Petrobrás completam neste sábado, 13, nove dias de greves regionais que denunciam a precarização das condições de trabalho, os riscos de acidentes e o avanço da pandemia nas instalações da empresa. Quatro estados seguem mobilizados desde o último dia 05, quando os petroleiros da Refinaria Landhulfo Alves (Rlam) retomaram a greve na Bahia. Desde então, as mobilizações vêm crescendo no Amazonas, no Espirito Santo e em São Paulo, com novas adesões previstas para os próximos dias em outros estados do país.
Na Bahia, a greve se intensifica, com a participação dos trabalhadores dos campos terrestres e do Terminal Madre de Deus, que também sofrem os impactos das privatizações. Neste sábado, o sindicato mobilizou mais uma turma do turno da Rlam, a primeira das oito refinarias colocadas à venda que teve a negociação concluída pela Petrobrás com o fundo árabe de investimenos, Mubalada.
No Espírito Santo, a greve tem mobilizado os petroleiros dos campos terrestres e das plataformas, com atrasos nos embarques feitos no aeroporto de Vitória. Nesta sexta, foi a vez dos petroleiros da Unidade de Tratamento de Gás de Caçimba (UTGC), em Linhares, se somarem ao movimento. No Sindipetro Unificado de São Paulo, a greve tem adesão dos trabalhadores das refinarias de Paulínia (Replan) e de Capuava (Recap) e também dos terminais da Transpetro. No Amazonas, os trabalhadores da Refinaria de Manaus (Reman), mesmo com chuva, participaram neste sábado dos atrasos feitos pelo Sindipetro nas trocas de turno.
Novas adesões começam a ser desenhadas também em outras bases da FUP que aprovaram a greve. Estão sendo feitos atrasos no turno na Regap, em Minas Gerais, na Refinaria Abreu e Lima e no Terminal Aquaviário de Suape, em Pernambuco. No Norte Fluminense, os trabalhadores aprovaram estado de greve. No Paraná, a greve foi aprovada na Usina de Xisto (SIX), onde os trabalhadores estão se organizando para intensificar as mobilizações.
Com pautas de reivindicações diversas, os sindicatos da FUP denunciam os impactos das privatizações nas relações de trabalho, em função das transferências compulsórias feitas pela gestão da Petrobrás, da redução drástica de efetivos e do sucateamento das unidades, principalmente as que estão sendo vendidas. O resultado desse desmonte é o risco diário de acidentes, sobrecarga de trabalho, assédio moral e descumprimento rotineiro do Acordo Coletivo de Trabalho.
Soma-se a isso o aumento de contaminação e mortes por Covid, em função de negligência dos gestores da empresa. Os sindicatos vêm denunciando surtos nas plataformas e nas refinarias e, mesmo assim, a Petrobrás insiste em manter o calendário de paradas de manutenção, que aumentará ainda mais os riscos de contaminação entre os trabalhadores.
[Imprensa da FUP]