Entidade está recebendo diversas denúncias sobre terceirização em áreas de tratamentos de águas na Refinaria de Paulínia; diretores afirmam se tratar de uma privatização encoberta
[Da comunicação do Sindipetro Unificado SP]
“Formalmente tem o nome de terceirização, mas a gente sabe que é uma privatização de fato”, afirma o diretor do Sindipetro Unificado, Rodrigo Zanetti. Ele faz referência a denúncias realizadas por diversos trabalhadores da Refinaria de Paulínia (Replan) que foram recebidas pelo sindicato sobre áreas operacionais que estão sendo terceirizadas pela gerência da refinaria. Um trabalhador, cuja identidade não revelamos por motivos de segurança, afirmou: “O negócio alí está cada vez mais complicado, aos poucos estão terceirizando tudo, em áreas operacionais que são de suma importância”.
Até o momento, foram terceirizadas as áreas que fazem parte da atividade fim da operação de Utilidades. São elas: o condensado da Cafor e os sistemas de Osmose Reversa e tratamento de cloro da ETA. São grandes setores da Utilidades que foram privatizados em pleno governo Lula. Só a Osmose móvel, a cargo da empresa Veolia, fornece um total de água de 150 m³/h, o que representa em torno de ⅓ do total da produção de água desmi da refinaria.
Descaso e abandono
“A situação no tratamento de cloro é tão preocupante quanto”, afirma Zanetti. Trabalhadores denunciam que a gerência terceirizou metade do tratamento de cloro. Segundo apurou o Sindipetro Unificado, o Purate, sistema que fornece Dióxido de Cloro para o Pulsator C, está operando e aparentemente não está fornecendo cloro de maneira correta. Inclusive, de forma inédita, formou-se um grande corpo de material biológico por falta de tratamento que chama a atenção de quem passa próximo ao local. “Afinal, se tem formação de material orgânico na água é sinal que a água tem alta concentração de patógenos que podem produzir doenças”, pontua um trabalhador que preferiu não se identificar.
O Sindipetro Unificado avalia esse processo como “inaceitável”. O diretor afirma: “A terceirização, sabemos de longa data, principalmente quando feita de maneira a só observar preço, entrega baixa qualidade de produtos e precariza as condições de trabalho das pessoas”. Por isso, acrescenta: “o sindicato fará tudo o que estiver ao seu alcance para pôr fim a esse processo de terceirização, mas precisa da ajuda e mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras”.