Em entrevista ao Tutaméia, quando a Petrobrás completou 67 anos, no último sábado (03/10), o geólogo Guilherme Estrella, ex-diretor de exploração e produção da empresa, também conhecido como o “pai do pré-sal”, alertou para os prejuízos causados ao País com as privatizações na estatal. Para Esterella, a Petrobrás está “sendo esquartejados não para o capitalismo produtivo. O que estamos sofrendo é uma privatização ligada à faceta que hoje domina o capitalismo, que é o financeiro”.
“A Petrobrás acabou. O nome da Petrobras hoje é Petrobrax. A nossa Petrobras acabou. Está de costas para o Brasil. Não tem mais interesse no Brasil, a não ser tirar muito dinheiro, tirar recursos daqui e exportar recursos. Nós estamos com a Petrobrax, que é a Petrobras que estava lá no governo FHC”, afirmou Estrella ao Tutaméia em debate com o cientista político William Nozaki, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás Natural (INEEP).
Segundo o ex-diretor, “tudo que estamos enfrentando é produto do governo Fernando Henrique Cardoso, que fez um governo criminoso em relação aos interesses brasileiros, com a abertura da Petrobras na Bolsa de Nova York”. “Hoje em torno de 60 a 70% dos acionistas são estrangeiros. Isso significa que até 70% dos lucros é dirigido a esses grupos, que são financeiros. Esse governo que está aí e desde o golpe de 2016 é ligado a esses capitalistas”, continuou.
“Se vende os ativos da Petrobras e se fica com um filé mignon –o pré-sal, com poços que produzem 30 mil barris por dia e têm o mercado do Rio e São Paulo em frente, 300 km. O restante da Petrobras não existe mais”, acrescentou.
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